25/07/2013 10h43 - Atualizado em 25/07/2013 13h19

Crédito imobiliário cresce 34% e tem melhor semestre da história do SBPE

Empréstimos atingiram montante de R$ 49,6 bilhões no período, diz Abecip.
Somente em junho, concessões alcançaram R$ 11,2 bilhões.

Fabíola GleniaDo G1, em São Paulo

Octavio de Lazari Junior, presidente da Abecip, durante coletiva nesta quinta (25) (Foto: Fabíola Glenia/G1)Octavio de Lazari Junior, da Abecip, durante coletiva
nesta quinta (25) (Foto: Fabíola Glenia/G1)

Os empréstimos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança atingiram o montante de R$ 49,6 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representa alta de 34% em relação a igual período de 2012 e configura o melhor semestre da história do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) nesta quinta-feira (25), somente em junho, o volume de concessões alcançou R$ 11,2 bilhões, crescendo 51% na comparação com igual mês do ano passado e 15% em relação a maio.

“As notícias são boas, os números do encerramento do semestre – em que pese tudo o que está acontecendo no país e no mundo –, quando se fala de crédito imobiliário tem que ficar bastante satisfeito com o que estamos conseguindo implementar no Brasil, seja pela força das construtoras, seja pela confiança do consumidor”, disse Octavio de Lazari Junior, presidente da Abecip.

O executivo lembra que o setor imobiliário se sustenta sobre quatro pilares – emprego, renda, confiança e inadimplência – e observá-los é importante. “Não houve deterioração importante nestes pilares”, garante Lazari Junior.

Inadimplência
De acordo com a Abecip, a inadimplência (contratos com mais de três prestações em atraso) do crédito imobiliário ficou em 1,9% nos cinco primeiros meses de 2013, contra 8,2% do cheque especial; 6,3% de financiamento de veículos; e 4,5% de crédito pessoal, com base em dados do Banco Central. A inadimplência nos contratos com alienação fiduciária é ainda menor: ficou em 1,3% em 2012.

“Quando olha a inadimplência de todos os produtos, o crédito imobiliário continua bastante controlado, (...) e a carteira é totalmente saudável.”

Os dados da Abecip mostram que, nos últimos 12 meses até maio, o crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) cresceu 34%, enquanto o crédito rural teve variação de 23%; outros serviços de 20%; indústria, 11%; pessoa física, 9%; e comércio, 8%. “Dentro do portfólio de produtos dos bancos, a linha de crédito imobiliário foi a carteira que mais cresceu”, comemora Lazari Junior.

"É impressionante o que o povo brasileiro gosta da caderneta de poupança. Cada vez mais ela se torna um produto de referência, um produto de confiança da população brasileira"
Octavio de Lazari Junior

As projeções da entidade indicam que o saldo em carteira do crédito imobiliário deve superar o crédito pessoal já no segundo semestre deste ano.

Endividamento
O endividamento das famílias com crédito habitacional que, em 2005 representava apenas 3% do total, passou para 14% este ano. “Essas pessoas que hoje têm crédito imobiliário antes pagavam aluguel, e o aluguel não entra nas estatísticas de endividamento do Banco Central”, destaca o presidente da Abecip. Nesses oitos anos, o endividamento total saltou de 18% para 44%, com base em dados do BC.

Participação no PIB
A participação do crédito imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou de 1,8%, em 2007, para 7,4%, nos primeiros cinco meses deste ano. A gente está muito satisfeito com esse crescimento muito equilibrado no PIB brasileiro, sem arroubos que depois não possam se sustentar”, disse Lazari Junior.

De acordo com a Abecip, nos Estados Unidos, por exemplo, esta participação no PIB chega a 76,1%. “A gente acha – e os fatores que vão levar a isso são diversos e dos mais variados, como economia, nível de renda, escolaridade, nível de fecundidade das mulheres, etc. –, mas um número que a gente pode falar, ao longo do tempo, de 20 anos para frente, é chegar a 50% do PIB”, diz o executivo. Um número equilibrado, na opinião de Lazari Junior, é o do Canadá (62,1%), por exemplo.

Caderneta de poupança
"É impressionante o que o povo brasileiro gosta da caderneta de poupança. Cada vez mais ela se torna um produto de referência, um produto de confiança da população brasileira", comentou o presidente da Abecip ao se referir ao funding do financiamento imobiliário.

Segundo a entidade, o primeiro semestre de 2012 já tinha sido muito bom, com um crescimento líquido da poupança de quase R$ 12,5 bilhões. Já no primeiro semestre deste ano, este valor saltou para R$ 19,97 bilhões.

"Já batemos mais de R$ 400 bilhões em saldo em cadernetas de popança, o que nos dá tranquilidade para continuar operando no crédito imobiliário e aquela expectativa de que há recursos suficientes até meados de 2015. Poderia dizer que até o final de 2015 a gente está tranquilo para continuar atuando nas operações de crédito imobiliário com funding da caderneta de poupança", disse.

A pesquisa da Abecip mostra, ainda, que o brasileiro dá, em média, 35% do valor como entrada quando vai financiar um imóvel. "Apesar de o crédito imobiliário ser o que tem o menor juro, as pessoas procuram dar uma entrada para financiar o mínimo possível. (...) Com entrada boa é muito difícil a pessoa deixar de pagar", defende.

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