No Ação deste sábado o telespectador pôde conhecer o trabalho do Batucadeiros, grupo de música corporal criado no Distrito Federal. Direta e indiretamente, o grupo inspirou muitos outros ao redor do Brasil, como o BatuKatu Núcleo de Estudos e Vivência em Música Corporal. Desde 2010, o núcleo realiza encontros no Rio Grande do Sul, com o objetivo de quebrar preconceitos e divulgar a música corporal na região.
Coordenadora do núcleo, a cantora e regente Elinka Matusiak conta que tinha vontade de criar um grupo de música corporal em Porto Alegre desde 2003. "Naquele ano participei da minha primeira oficina de música corporal. Desde então, passei a introduzir elementos disso nos corais que regia", lembra Elinka.
Ela conta que a dificuldade em encontrar parceiros, além do receio de não dar certo atrasaram a criação do BatuKatu. "Em parte, não corri atrás de montar o projeto porque achei que não era capaz de fazer um grupo baseado em batuque no corpo", comenta Elinka. Ela garante que, embora, esse medo afaste muitas pessoas do BatuKatu, fazer música corporal é muito mais fácil do que parece, inclusive para leigos.
O BatuKatu nasceu em 2010, após Elinka assistir a uma oficina ministrada pelo músico Fernando Barba, criador do grupo Barbatukes (SP). Ela conta que reuniu não apenas músicos, mas também artistas de outras áreas para fundar o núcleo. "Predominantemente, era focado em música, mas tinha gente de teatro e artes cênicas. O BatuKatu sempre foi marcado pela troca cultural", diz.
Atividades
Elinka explica que o Batukatu é chamado de núcleo porque funciona como um grande círculo que engloba diversas atividades. "Temos um grupo de estudo, além de grupos de vivência e os chamados encontrões, entre outros", conta. Segundo ela, o grupo de vivência é realizado semanalmente - toda segunda-feira - e aceita qualquer pessoa interessada em aprender música corporal. Essas atividades reúnem de cinco a dez pessoas por reunião.
Já no último domingo de cada mês é realizado o 'encontrão'. Semelhantes aos grupos de vivência, os encontrões são maiores, chegando a receber 40 pessoas. "O encontrão e o grupo de vivência são as oportunidades para as pessoas que se acham descordenadas, desafinadas", comenta Elinka, que completa: "No encontrão, ela participa de dinâmicas onde se diverte e descobre sons do corpo". Tanto o encontrão quanto o grupo de vivência são gratuitos e aceitam pessoas de todas as idades.
Outra atividade desenvolvida pelo BatuKatu é o grupo de estudos. Além de Elinka, outros seis pesquisadores se reúnem toda segunda-feira para realizarem estudos mais aprofundados relativos à música corporal. Além de músicos, participam do grupo atores, artistas plásticos e estudantes de Ciências Sociais. "Para participar do estudo, é exigida uma presença constante. Se a pessoa aparece apenas uma vez por mês, perde o ritmo do estudo e acaba se prejudicando", justifica.
No futuro, o BatuKatu terá dois novos grupos, o Laboratório de Criação e o Grupo de Performance. O Laboratório de Criação será responsável por desenvolver as apresentações que serão realizadas pelo Grupo de Performance.
Expansão
Em 2011, Fernando Barba voltou ao Rio Grande do Sul, para participar do Festival de Inverno da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e entrou em contato com o BatuKatu. Da conversa, surgiu a ideia de expandir o projeto para o interior do estado. "Fizemos oficinas em diversas cidades e, a partir daí, plantamos as sementes para que o trabalho continue", conta Elinka.
Nas cidades, são designadas pessoas interessadas a manterem o projeto. De tempos em tempos, o BatuKatu volta às localidades para realizar oficinas e acompanhar o crescimento do projeto. Ao longo de 2013, as oficinas do BatuKatu junto com Fernando Barba chegaram a sete cidades: Porto Alegre, Novo Hamburgo, Imbé, Caxias do Sul, Pelotas e Bagé e Passo Fundo.
Para 2014, a previsão é que Santa Maria e Santa Cruz recebam Oficinas do BatuKatu ainda no primeiro semestre, dando continuidade ao nosso Programa de Expansão.