Economia

Com mercado fraco, siderúrgica chinesa fecha portas

Empresa com sede em Pingxiang não conseguiu quitar suas dívidas, elevando a tensão no setor

PEQUIM - Uma siderúrgica na província chinesa de Jiangxi, no leste da China, foi declarada insolvente e fechou depois de não quitar suas dívidas, elevando a tensão em um setor que enfrenta excesso de capacidade produtiva e preços fracos. Siderúrgicas chinesas têm produzido num ritmo recorde nos últimos meses apesar da redução na demanda e um longo declínio nos preços diante do enorme excesso de capacidade. As dívidas totais do setor são estimadas em cerca de US$ 400 bilhões e especialistas alertaram que fechamentos de empresas são inevitáveis.

A capacidade total do setor siderúrgico chinês é estimada em cerca de 1 bilhão de toneladas ante 716,5 milhões de toneladas de produção em 2012 e o governo tem dado sinais de emitir novas medidas em breve para resolver o problema. Segundo o China Business News, o presidente da Jiangxi Pingte Iron and Steel, baseada em Pingxiang, é procurado por desvio de 200 milhões de iuans (US$ 33 milhões) depois que as linhas de crédito da companhia foram cortadas subtamente e a companhia fechou. Autoridades locais estão conduzindo uma investigação.

Uma autoridade do governo local na usina abandonada afirmou que representantes de bancos locais vão conduzir uma auditoria sobre os equipamentos da empresa antes de uma venda para pagamento de dívidas.

— Estamos agora protegendo as instalações de roubo e não posso dizer mais nada — disse a autoridade, que não informou seu nome.

O setor siderúrgico chinês tem sofrido com excesso de capacidade há anos, mas o problema piorou depois de 2009, quando programas de estímulo à construção encorajaram usinas a contratarem empréstimos para financiarem novas expansões de produção. A Pingte, fundada em 1998, tinha capacidade anual de 800 mil toneladas e em 2009 embarcou em um projeto para melhorar sua linha de produção. A empresa investiu 180 milhões de iuans para atualizar equipamentos de laminação, entretanto, os prejuízos cresceram nos últimos dois anos, segundo o jornal.

Analistas estimam que a preços atuais, as siderúrgicas da China estejam sofrendo prejuízo de cerca de 100 a 300 iuans (US$ 16 a US$ 49 ) a cada tonelada de aço que vendem, mas as empresas estão mantendo a produção em níveis elevados para convencer bancos a continuar emprestando.