Economia

Preços nas praias sobem mais de 25% com chegada do verão

Água de coco, por exemplo, já custa R$ 5 na orla carioca

Tabela com os preços cobrados em barraca na areia de Copacabana
Foto: Fabio Rossi / Fabio Rossi/O Globo
Tabela com os preços cobrados em barraca na areia de Copacabana Foto: Fabio Rossi / Fabio Rossi/O Globo

RIO - Esse verão não vai ser igual àquele que passou. Levantamento feito nas praias de Copacabana, Arpoador, Ipanema e Leblon mostra que, da barraca ao biscoito Globo, os produtos típicos da areia ficaram mais caros neste ano, em média R$ 1 a mais. A água de coco, por exemplo, já custa, em geral, R$ 5 na orla carioca — 25% a mais do que os R$ 4 cobrados na estação passada. Uma variação que fica bem acima da inflação de 2012, de 5,84%.

A alta nos preços, segundo os vendedores, tem a ver com a sazonalidade: a maior demanda no verão faz os preços subirem. Mas também se explica pelo maior valor cobrado por fornecedores e pela compra de novas barracas.

— Não tem jeito: no verão, os preços sobem mesmo. É a hora de quem vive do sol fazer o seu caixa. Mas também não é só isso. O gelo, que antes custava menos de R$ 10, me foi cobrado mais de R$ 20. Carnaval chegando, esse preço deve subir ainda mais. Além disso, a prefeitura cedeu algumas barracas, mas em quantidade pequena. Então, temos que comprar novas barracas e cada uma sai por R$ 60 — disse um barraqueiro de Ipanema.

Nas quatro praias pesquisadas, o coco a R$ 5 é praticamente uma unanimidade — mesmo preço da cerveja cobrada em muitos quiosques e barracas de Ipanema e Leblon (variação, nesse caso, de 42,8% em poucos meses). Já o preço dos refrigerantes subiu de R$ 3 para R$ 4 (alta de 33%) na orla, mesmo movimento observado com a lata de cerveja, em especial em Copacabana e Arpoador. Em Copacabana, um quiosque, na altura da Rua Constante Ramos, chegou a vender biscoito Globo a R$ 2 — exceção em dia mais fraco.

— Hoje a moeda da praia são duas notas de R$ 2. Ou seja: R$ 4. Picolé, salgado, biscoito, refrigerante, mate, limão tudo isso sai a R$ 4 agora — disse um ambulante de Ipanema.

Não há muito o que mexer nos preços dos alimentos e das bebidas, dizem os vendedores. Mas há espaço para negociar o aluguel das barracas e cadeiras de praia. O preço do guarda-sol variou de R$ 5 a R$ 10, do Arpoador ao Leblon. E o da cadeira, de R$ 3 a R 5.

— No ano passado, a barraca saía por R$ 6. Mas não mexi nos preços das cadeiras, que permanecem a R$ 5 — disse um funcionário da barraca Pelé e Josiane, em Ipanema.

Na barraca Point Miromar, em Copacabana, a cadeira sai a R$ 3, assim como a barraca.

— Mas o vizinho cobra R$ 5. Ainda vendo meu coco a R$ 3 e o refrigerante a R$ 3,50. Se a gente subir muito o preço, não vende. E eu não quero perder cliente nesse verão — disse Antônia de Maria Marques, mulher do dono da barraca.

Para fugir das altas, vale pechinchar, ensinam os barraqueiros. Aqueles clientes de todos os dias tendem a obter preços melhores. Grupos maiores também conseguem um valor mais baixo no aluguel de barracas e cadeiras.

— Aqui na praia tem jogo — brinca um barraqueiro de Ipanema.