13/04/2013 09h39 - Atualizado em 13/04/2013 09h39

Falta de procedimento de segurança gerou vazamento em São Sebastião

Petrobras informa causas do acidente ambiental que afetou 11 praias.
Empresa abriu investigação interna para 'apuração de responsabilidades'.

Do G1 Vale do Paraíba e Região

Funcionários da Petrobras trabalham na contenção e limpeza da Praia das Cigarras, em São Sebastião. (Foto: Divulgção/Capitania dos Portos)Funcionários da Petrobras durante o trabalho de
contenção na Praia das Cigarras, em São Sebastião.
(Foto: Divulgção/Capitania dos Portos)

A Petrobras Transporte (Transpetro) reconheceu que o vazamento de combustível marítimo no píer Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, ocorreu porque foi ignorado um procedimento padrão de segurança do sistema.

O incidente ambiental, registrado na sexta-feira (5), atingiu ao menos 11 praias em São Sebastião e Caraguatatuba, e os danos causados são investigados por órgãos como o Ministério Público Estadual, Federal e Prefeitura de São Sebastião.

Em nota divulgada na última sexta-feira (12), uma semana após o vazamento, a Transpetro informou os motivos do acidente ambiental e informou que abriu um procedimento interno para apurar de quem são os responsáveis pelo erro.

Segundo a empresa, o vazamento ocorreu durante a fase pré-operacional de uma tubulação que se encontrava em manutenção desde março. De acordo com a nota, antes de equipamentos voltarem a operar, após a manutenção, há um procedimento padrão, que prevê uma série de verificações para garantir a segurança do sistema.

Entretanto, de acordo com a nota, o procedimento não foi cumprido e uma válvula ficou aberta, o que teria gerado o vazamento. “A empresa iniciou o processo interno de apuração de responsabilidades”, diz trecho da nota da Transpetro.

A empresa informou que a apuração das causas do incidente ambiental foi realizada por uma comissão de investigação. De acordo com a empresa, vazaram 3.500 litros de combustível marítimo --a Prefeitura de São Sebastião contesta a informação e diz que quantidade é muito superior podendo chegar a até 12 mil litros.

De acordo com a empresa, na quinta-feira (11), durante um sobrevoo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), foi constatado que não há mais qualquer resquício do produto na área afetada. A Transpetro informou ainda que mesmo assim o monitoramento será mantido.

Levantamento da Cetesb, mostra que foram registradas 23 ocorrências de vazamento de navios no terminal de São Sebastião nos últimos dez anos. As duas maiores, segundo a base de dados, foram em agosto de 2011, quando foram lançados de 2 mil litros de resíduos no mar, e o da última sexta-feira (5).

Investigação
O Ministério Público Estadual e o Federal abriram inquérito para apurar os danos ambientais causados pelo vazamento. O problema rendeu à empresa uma multa de R$ 10 milhões aplicada pela Cetesb, mas a Petrobras informou que vai recorrer.

O trabalho de contenção e limpeza durou quatro dias e foi concluído apenas na segunda-feira (8). Na quarta-feira (10), uma barreira de contenção de óleo foi encontrada no mangue da praia da Enseada por fiscais da Prefeitura de São Sebastião. De acordo com a prefeitura, a barreira estava encharcada de óleo, a empresa nega.