Economia Imóveis

Valorização de aluguéis continua ganhando da inflação

No Rio, diz especialista, vale mais investir em dois apês pequenos do que em um médio

Aquecimento das atividades econômicas do Rio de Janeiro criam cenário favorável para investimento em locação
Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo / Cléber Júnior
Aquecimento das atividades econômicas do Rio de Janeiro criam cenário favorável para investimento em locação Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo / Cléber Júnior

RIO — Quem procura imóvel para comprar e morar anda mais seletivo, esperando mais tempo até encontrar a casa dos sonhos. Já quem quer investir, ainda aposta que a locação seja retorno seguro. E, segundo o economista Roberto Zentgraf, apesar dos desafios da inflação e da alta do câmbio, a projeção geral hoje no país, e no Rio, ainda é boa. Ele aponta que, de acordo com o índice FipeZap de maio, houve valorização nos aluguéis de 11,9% nos últimos 12 meses, contra uma inflação entre 6% e 7%. Em 36 meses, a alta dos contratos foi de 65,5%, para um IPCA de 19,65% no período.

Zentgraf ressalta que não há como prever o futuro destas valorizações ou desvalorizações, mas que esta opção de investimento ainda apresenta um bom cenário agora. Segundo ele, além da valorização do bem, contam a favor o rendimento mensal pago pelo locatário.

— Agora, uns apontam a liquidez como entrave. Eu digo que este entrave é até bom porque dinheiro na mão acaba sendo gasto. Também é vantajoso porque a compra e venda é acertada só uma vez no Imposto de Renda. Já a renda fixa tem acerto a cada seis meses — explica o professor.

Para quem vai investir em um imóvel para locação, Edison Parente, vice-presidente comercial da Renascença Administradora, acredita que é melhor comprar duas unidades de um quarto do que uma de dois quartos, pois, segundo ele, a rentabilidade será maior, principalmente porque a oferta de imóveis de um quarto é menor no Rio.

— Sem contar que o risco de inadimplência ou o imóvel vazio se dilui com dois alugados em vez de um apenas — afirma Edison.

Na Sawala Imobiliária, o diretor Sandro Santos conta que há pessoas que compram o imóvel já pensando em colocar para locação. Segundo ele, para as unidades comerciais, a preferência é comprar o imóvel já pronto e, no caso dos residenciais, na planta.

— Nos residenciais, a procura maior é por dois quartos porque é mais fácil de alugar depois. Porém, hoje há uma grande demanda por qualquer imóvel no Rio.

É o caso do aposentado Ananias Carvalho, que preferiu investir em um imóvel em vez de em aplicações financeiras e poupança. O aluguel é um complemento de renda para a aposentadoria que, segundo ele, não seria suficiente para manter o mesmo padrão de vida de quando trabalhava. Carvalho comprou um apartamento na Tijuca para locação. Depois, vendeu aquele em que morava e, junto com um terreno negociado em Duque de Caxias e mais ums economias, comprou o imóvel de três quartos em que mora hoje, também na Tijuca.

— É melhor colocar o imóvel para alugar do que investir na poupança e em aplicações, sem contar que é um bem seu. A poupança nunca te dá o valor exato do que você perdeu num mês. Só ameniza. Tenho aplicações, mas o aluguel acaba sendo melhor — avalia.

Em relação à poupança e renda fixa, especialistas explicam que um imóvel para alugar é vantajoso no que diz respeito à rentabilidade mensal, pois a renda do aluguel é de cerca de 0,4% ao mês em imóveis residenciais e de 0,6% a 0,8% em comerciais, sendo que a poupança fica entre 0,4% e 0,5% ao mês. Porém, lembra, é preciso considerar os riscos de inadimplência, desocupação e desvalorização do imóvel.