16/04/2013 09h19 - Atualizado em 16/04/2013 09h19

Trabalhadores rurais trocam colheita do cacau por trabalho em Belo Monte

Produtores de cacau do PA estão sem mão de obra para colher a safra.
Muita gente está saindo do campo para trabalhar nas obras da hidrelétrica.

Do Globo Rural

Medicilândia é um município tradicional na produção de cacau, em 2012, a colheita atingiu 30 mil toneladas.

Na região da rodovia Transamazônica, além de Medicilândia, outros seis municípios têm a economia bastante dependente do cacau, mas faltando cerca de dois meses para o início da safra, os agricultores estão enfrentando um problema. Está difícil encontrar mão de obra qualificada, porque muita gente saiu do campo para trabalhar nas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu.

Os custos da produção também aumentaram, as diárias dos trabalhadores estão mais caras. Por um dia de trabalho, o colhedor que antes recebia cerca de R$ 30, agora recebe R$ 56.

Os agricultores dizem que não têm como custear o aumento das despesas, por causa do baixo preço do produto. O quilo da amêndoa seca, que chegou a custar R$ 5 o ano passado, agora está valendo R$ 3,70.

Para tentar driblar o problema e não atrasar a colheita, tem agricultor em busca de mão de obra em municípios distantes. “A gente tem que fazer isso para ver se consegue trabalhador”, diz José Carlos Portela, produtor de cacau.

Enquanto os agricultores vivem essa situação difícil, quem abandonou o campo para trabalhar na usina está feliz da vida. É o caso de Francisco da Silva que, depois de 20 anos na lavoura, hoje opera máquinas pesadas no canteiro de obras de Belo Monte. Ele conta que está ganhando até seis vezes mais.

Em Ilhéus, na Bahia, outra importante região produtora de cacau, a arroba da amêndoa foi negociada por R$ 64. Em relação à abril de 2012, a queda é de 6%.

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