Agencia EFE

11/06/2013 14h39 - Atualizado em 11/06/2013 15h04

Papa é 'esperto' e tem 'malandragem', diz presidente do Uruguai

Mujica afirmou que Francisco tem 'grande tarefa' pela frente.
Eles encontraram-se no Vaticano no início do mês.

Da EFE

O presidente do Uruguai, José Mujica, elogiou nesta terça-feira (11) a habilidade para lidar com pessoas do papa Francisco, a quem visitou há dez dias durante uma viagem internacional, e disse que o líder religioso tem uma missão importante e difícil a ser realizada.

"É um papa esperto (canchero), que tem muita malandragem (mucho boliche, em espanhol) e uma grande tarefa pela frente. Se Deus existe, tem que dar-lhe uma mão porque tem a missão de reformar a única corte antiga que resta sobre a terra", declarou Mujica ao jornal "La República".

"É um papa sóbrio, que tem consciência de que não é época de uma igreja com pompa, mas uma que esteja perto dos pobres", acrescentou o presidente do Uruguai, um ex-guerrilheiro de 77 anos, famoso por sua falta de apego a formalidades e que vive em uma fazenda nos arredores de Montevidéu. Ele tem um patrimônio de R$ 455 mil e doa quase 90% de seu salário, que é de cerca de R$ 26 mil.

Mujica também falou sobre outros aspectos da viagem de duas semanas, que começou na China e teve como objetivo atrair investimentos ao país que governa. "O mais valioso foi o interesse chinês nas grandes obras", comentou.

O presidente do Uruguai, José Mujica, é recebido pelo Papa Francisco no Vaticano neste sábado (1º)  (Foto: Alessandra Tarantino/AFP)O presidente do Uruguai, José Mujica, é recebido pelo Papa Francisco no Vaticano em 1º de junho (Foto: Alessandra Tarantino/AFP)

O segundo país a ter sido visitado foi a Espanha, onde o líder uruguaio revelou que pediu ao rei Juan Carlos e ao presidente do Governo, Mariano Rajoy, que tenham "uma boa disposição" à rodada de negociações entre a União Europeia e o Mercosul. O objetivo é conseguir um acordo de livre comércio e demonstrem uma "atitude aberta e próspera" no processo.

"Caso contrário, continuaremos negociando com a Ásia, e isso não convém a eles nem a nós, porque não é bom ter todos os ovos em uma só cesta", ressaltou.

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