Economia

G-20 prorroga por dois anos acordo que impede novas barreiras protecionistas

Atual acordo expiraria em dezembro deste ano. Brasil afirma que manutenção dos termos como está significa ignorar negociações junto à OMC

SÃO PETERSBURGO - A despeito dos esforços liderados pelo Brasil, com apoio da Argentina e da África do Sul, os países do G-20 decidiram prorrogar por mais dois anos, como era previsto, o acordo que impede a o imposição de novas barreiras protecionistas ao comércio e mantém em vigor medidas que tenham sido tomadas até a assinatura do documento em 2008. O entendimento é para evitar novas medidas de protecionismo. O Brasil liderou um movimento, apoiado por Argentina e África do Sul, para evitar a renovação dos termos, que expiraria em dezembro deste ano.

Para os países desenvolvidos, a tentativa de bloquear a sua renovação vinha sendo interpretada como uma defesa do protecionismo. Sem o apoio da maioria do grupo, a questão acabou ficando a cargo dos líderes do G-20 e a decisão final deve ser anunciada nesta sexta-feira.

A manutenção das medidas protecionistas vigentes como estão há anos e os instrumentos de proteção dos países ricos à agricultura, por exemplo, são as maiores queixas do Brasil e de outros países em desenvolvimento.

Os três países chegaram a considerar a ideia de uma prorrogação mais curta, por apenas mais um ano, mas perderam a batalha. A renovação consta do comunicado final do G-20. O Brasil defende que manter o acordo como está significa ignorar as negociações junto à OMC e fazer perdurar uma "situação de assimetria na economia global".

— É uma mensagem de descrédito para o sistema multilateral — disse uma fonte do governo.