29/04/2013 10h00 - Atualizado em 29/04/2013 10h00

Presos do Paraná reduzem pena com leitura de clássicos da literatura

Cada livro lido e com resenha aprovada reduz cárcere em quatro dias.
Diretor da Penitenciária de Londrina aprova medida como ressocialização.

Do G1 PR, com informações da RPC TV

Detentos da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL), no norte do Paraná, vêm se beneficiando de uma lei estadual para reduzir a pena através da leitura. Cada livro lido diminui o tempo de reclusão em quatro dias, e, segundo a diretoria do presídio, tem auxiliado no processo de ressocialização dos presos.

O projeto começou em maio de 2012, após aprovação de um projeto de lei na Assembleia Legislativa do Paraná, e está disponível para todas as prisões do Departamento de Execução Penal (Depen) do estado. Para que a pena seja efetivamente reduzida, os detentos precisam tirar pelo menos nota seis em uma resenha do livro escolhido, em análise feita por professores de português.

Em Londrina, a professora Anísia de Oliveira é a responsável pelas avaliações. Ela conta com a ajuda de um estagiário para analisar os conteúdos produzidos a partir de uma biblioteca de 200 livros.  “Os clássicos, relacionados à filosofia, sociologia. Alguns já solicitaram livro de autoajuda para fazer esse trabalho”, explica a professora.

A direção do presídio também vê o projeto de maneira positiva, já que é uma alternativa aos padrões regulares de cumprimento de pena. “Nós temos que entender que não tem cabimento de que a pena privativa de liberdade, por si só, ressocialize o cidadão apenas pela reclusão ou pela exclusão, pelo encarceramento. Então, por conta disso, a educação e essas ações assistenciais vêm de encontro ao objetivo de ressocialização do preso”, garante o diretor João Vitor Fujimoto.

Entre as outras medidas, também estão o trabalho interno e a possibilidade de realização de outros cursos à distância. O detento Álvaro Pessoa, que está na Penitenciária há um ano e sete meses aguardando julgamento pela acusação de homicídio, leu quatro livros desde janeiro de 2013. “Leio livro, faço cursinho da UEL, e também trabalho na manutenção aqui na PEL. Para mim é muito importante isso daí”, atesta.

Mesma opinião tem o detento Renato dos Santos, que será solto em cinco meses, após cumprir cinco anos de reclusão por tráfico de drogas e porte ilegal de arma. “Estou aprendendo coisas novas, podendo sair da realidade um pouco, do sofrimento que nós nos encontramos, e estamos sempre procurando aprender algo de bom”, concluiu.

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