As máquinas avançam pelos últimos talhões na lavoura de algodão no município de Dom Aquino, região sul de Mato Grosso. Dos mil hectares plantados, faltam apenas 150 para finalizar a colheita.
Éder Bertollo, gerente da propriedade, comemora a qualidade da pluma. “Choveu na hora certa e parou na hora que precisava, proporcionando uma qualidade melhor da pluma", diz.
Segundo o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária, o Imea, foram plantados 452 mil hectares em todo o estado, 37% a menos que no ano passado. No início, o excesso de chuva não favoreceu a cultura, mas agora, a produtividade por hectare é considerada boa.
Por causa da redução da área plantada, e consequentemente menos pluma no mercado, os produtores seguraram as vendas. Até agora, somente 30% foi comercializado, mas com o fim da colheita, os produtores esperam acelerar as negociações com a garantia de bons preços.
Na última semana, a arroba ficou em média R$ 71 em Mato Grosso, valor mais alto desde maio de 2011, de acordo com o Imea. Mesmo assim, por enquanto, as negociação estão lentas. Com a redução da oferta, os agricultores apostam que o preço melhore ainda mais.
Paulo César Aguiar já colheu quase 80% dos 800 hectares plantados e diz que não tem pressa para encerrar as vendas. “Fizemos contratos o ano passado para entregar só 30% da produção. Visando a queda por causa do plantio, deixamos de fazer contratos porque o preço vai ser melhor este ano”, diz.
O mercado do algodão também está em discussão em um congresso em Brasília. Um dos assuntos mais quentes é o combate às pragas e doenças que estão prejudicando a cultura e preocupando os agricultores.
Gilson Pinesso, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, a Abrapa, fala sobre as principais pragas e doenças que preocupam o setor e o que está sendo feito para reduzir as perdas no campo. Confira a entrevista no vídeo com a reportagem completa.