Economia

Goldman desiste de projeto no Brasil devido a desaquecimento

Contratação de 50 pessoas é suspensa, e executivos deixam banco

SÃO PAULO - O Goldman Sachs Group, o banco de investimentos americano que em abril anunciou planos de contratar 50 pessoas no Brasil, reviu o projeto depois que a economia cresceu abaixo do previsto pelos analistas. Em meio à reviravolta, altos executivos deixam o banco.

— O panorama para a economia e o volume de negócios de fusões e aquisições e corretagem estão piores do que esperávamos — afirmou Michael DuVally, porta-voz do banco com sede em Nova York, na semana passada numa entrevista.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de São Paulo, perdeu 13% desde o início de abril e mais de 20% este ano. Bancos estrangeiros, do suíço UBS ao britânico Barclays, vêm reduzindo o número de empregados no Brasil, à proporção que o segmento de bancos de investimentos encolhe e a concorrência com bancos locais cresce.

Cerca de 25% dos quase 45 empregados da divisão brasileira de banco de investimentos do Goldman deixaram o banco, segundo uma fonte que pediu para não ser identificada. Cinco diretores-gerentes, dos quais quatro do Comitê Executivo composto por oito membros, já não estão mais na firma, disse a fonte. DuVally disse que não poderia comentar sobre a saída de executivos e acrescentou que o Goldman cortou em 2% sua força de trabalho no país ao não substituir os empregados que saíram.