12/05/2013 21h21 - Atualizado em 12/05/2013 22h59

Mães optam por criar filhos sem fralda descartável

Elas acham que fralda não é natural, e não deixam que seus bebês usem.

 Um grupo de mães bem originais não está nem aí para as fraldas. Elas acham que fralda não é coisa natural, e não deixam que seus bebês usem. E você, concorda com essa atitude? Deixe seu comentário no fim desta página!

Você já imaginou criar um filho sem fralda descartável? Não dá pra imaginar?Tem mãe fazendo isso.

A Diana tem sete meses, desde que ela saiu da maternidade nunca usou uma fralda descartável, a mãe, Célia, resolveu resolveu adotar a técnica do peniquinho. Claro que exige mais tempo, dedicação e paciência também.

“Paciência mais no começo, que a gente precisa de paciência para aprender a ler os sinais do bebê”, a garante a arquiteta Célia Regina.

Célia diz que consegue decifrar os gestos e olhares da filha. “Ela geralmente para o que está fazendo e me olha, dá um sorrisinho”, conta.

É hora de ir para o penico. E nele a conversa continua. “Ela me pede para tirar do penico porque ela já terminou”, explica.

Célia não está sozinha. Muitas mães e pais no Brasil adotaram a técnica. A parteira alemã Tamara divulga o método conhecido como higiene natural, ou criação sem fraldas.

“Dá mais autoconfiança aos pais, que de repente entendem: ‘ah, era isso que meu bebê queria me dizer’. Também previne assaduras e infecções urinárias”, ela destaca a parteira Tamara Hiller.

Jerusa é outra mãe que diz entender a filha só de olhar. Celeste. Ao menor sinal, lá vão as duas para o banheiro. “Ela faz um biquinho, fica com o rosto todo vermelho e faz força”, conta a mãe.

Célia e Jerusa mantêm as fraldas em alguns momentos do dia. Mas usam as de pano. É uma versão moderna das fraldinhas brancas de antigamente.

“É reutilizável. Além de eu poder criar um bebê com 25 fraldas, se eu tiver outro filho, essas 25 fraldas vão para o meu filho”, diz a professora Jerusa Horácio.

Claro que precisa investir algum tempo e prestar muita atenção para entender os bebês.
Mesmo assim, em São Paulo, Carla e Lucas, pais das gêmeas, toparam um desafio radical: abandonar a fralda descartável por algumas horas. Para ajudar o casal, a Tamara, lá da Bahia, mandou um passo a passo.

Primeiro: escolha um lugar. Pode ser uma bacia, balde, penico ou a própria privada. “Privada nem pensar! Penico a gente não tem, então vai de balde mesmo”, avisa a professora Carla Daniele Bittencourt.

Depois, tire a roupa do bebê e tente descobrir os sinais que ele dá antes de fazer xixi e coco. O terceiro passo: repita algum som, como ‘shhhhttt’. Com o tempo, o bebê faz a associação. E o ideal é segurar o bebê pelas coxas.

“Eu apoio as costas dela na minha barriga e seguro embaixo das coxinhas”, ensina Jerusa.

A Carla e o Lucas decidiram aproveitar a hora da mamadeira.  “Tem que ter paciência”, avisa a mãe. “Fez xixi, mas o xixi ela não faz a mínima expressão”, diz o pai.

O plano então é tentar com a Maria Eduarda. E ela não demorou! “Ela não fez cara nenhuma para a gente saber!”, reclama o a mãe.

Mas também não é assim tão rápido. Olha só o que a Célia, de Florianópolis, fez com o filho, Caetano: “Com dez dias de vida eu coloquei ele no peniquinho. Aí, para tornar isso, um hábito levou uns dois meses”, ela conta.

Bem, os pais em São Paulo desistiram em menos de duas horas: “Não existe um mundo em que isso possa funcionar, para a gente, pelo menos”.

O pediatra José Paulo Ferreira, diretor da Sociedade Brasileira de Pediatria, diz que é difícil adaptar a criação sem fraldas nas sociedades modernas: “Se o indiozinho que mora lá no interior da Amazônia não usa fralda, ele está adequado para a realidade dele. Nas culturas ocidentais, é muito difícil de aplicar essa técnica porque ela não se encaixa na realidade em que a criança está vivendo”, diz José Paulo Ferreira, diretor da Sociedade Brasileira de Pediatria.
 
Mas quem adotou a técnica garante que não tem estresse. “É gostoso saber que eu tenho este vínculo tão intenso com os meus filhos, eu gosto disso. O coco no penico é a consequência. O legal é o vínculo”, diz Célia.

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