A ração mata a fome da boiada, é servida três vezes por dia e garante o ganho de peso dos animais. O trabalho é acompanhado de perto por Itacir Piana Pinto, dono da fazenda que fica em Primavera do Leste, sudeste de Mato Grosso.
O pecuarista investe em confinamento há duas décadas, mas este ano está preocupado com a rentabilidade do negócio. Tudo foi projetado com foco no confinamento. Os piquetes estão cobertos, outros descobertos e tem até fábrica de ração, mas a capacidade para engordar 1,5 mil animais está ociosa.
A compra de boi magro representa 70% dos custos de um confinamento. Para adquirir um animal para reposição hoje, o pecuarista vai pagar aproximadamente R$ 1,170 mil, o que representa, pelo menos, 4% a mais do que em 2012.
E não foi apenas a reposição dos animais que ficou mais cara. Alimentar o gado também está pesando mais no bolso dos pecuaristas. A despesa com este item ficou em média 11% maior que no ano passado.
A super produção de milho safrinha, que derrubou o preço do grão no estado, não resolveu a vida dos criadores porque outros componentes da ração, como o farelo de soja e o caroço de algodão, registraram alta significativa. Como os gastos ficaram maiores, a intenção de confinar gado em Mato Grosso caiu.
“Este ano nós percebemos que a intenção é diminuir na ordem de 12% o volume. A gente vem percebendo que a rentabilidade do negócio não é tão boa quanto os confinadores esperavam”, explica Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso.
A estimativa é de que 693 mil animais sejam terminados em confinamentos, quase 100 mil a menos que em 2012. O pecuarista Jair Guariento fez as contas e também decidiu diminuir o volume de bovinos confinados. “Ano a ano estou diminuindo e não tenho condição de aumentar se não der para baratear os custos”, diz.