Economia

Lobão assegura leilão do pré-sal mesmo que só reste um concorrente

Ministro tentou desqualificar as críticas de que a disputa estaria prejudicada sem a presença de grande empresas multinacionais

BRASÍLIA — O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, prevê que dois ou três consórcios participem da exploração do campo de Libra, mas afirma que o governo promoverá o leilão mesmo que perceba haver apenas um consórcio concorrente. As 11 empresas inscritas de porte multinacional podem se arranjar entre si da forma que quiserem em consórcio para disputar o campo, desde que cumpram o limite de até cinco empresas por grupo.

— Se for só um consórcio, está dentro das regras também, (mas) imaginamos que haverá mais de um, dois ou três consórcios — disse Lobão.

Ele convocou a imprensa para dar uma entrevista coletiva em que tentou desqualificar as críticas de que o leilão estaria prejudicado sem a presença de grande empresas multinacionais, como Chevron, Exxon, BP, BG e Statoil.

— Reafirmo que o governo está plenamente convencido do sucesso que ocorrerá no leilão, assegurado pelo interesse demonstrado pelas empresas inscritas, entre as quais algumas das maiores petroleiras do mundo — disse Lobão.

Ele destacou que, entre as 12 maiores petroleiras do mundo, sete estão habilitadas para participar da concorrência.

— Portanto, não se poderia imaginar sucesso maior do que esse em matéria de presença de grandes.

O ministro tentou minimizar também a possibilidade de riscos políticos afetarem o leilão, como ocorreu com a concessão da rodovia BR-262, entre Minas Gerais e Espírito Santo, na semana que passou. Há parlamentares propondo projetos de decreto legislativo que, na prática, inviabilizariam o leilão.

— Eu não vejo política nisso não, eu vejo interesses legítimos de empresas em atuar mais fortemente num momento e atuar menos fortemente, segundo suas estratégias empresariais em outro momento. O fato é que o que estamos prevendo e objetivando é um leilão vitorioso.

O ministro ratificou que ainda não há decisão quanto à nomeação dos diretores da PPSA, a estatal que vai defender os interesses da União no regime de partilha. A falta de estabelecimento da empresa e da nomeação de sua diretoria seria um dos motivos de apreensão por parte dos potenciais investidores do pré-sal.

— Ainda não decidimos, mas isso não tem tanta pressa assim. Quaisquer que venham a ser os diretores da PPSA, eles terão de seguir a lei. As regras são claras e estabelecidas.