O indicador de custos industriais teve alta de 2% no segundo trimestre de 2013, em relação ao mesmo período do ano anterior, informou nesta sexta-feira (6) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador é composto pelo custo de produção, tributário e do capital de giro.
- Parte significativa da desaceleração deve-se à queda de 10,5% no custo com energia, diz a CNI
Segundo a série histórica da entidade, o resultado do segundo trimestre deste ano representa desaceleração e é a menor alta, para esta comparação, desde o primeiro trimestre de 2010 - quando foi registrada retração de 4,2% nos custos industriais. Nos três primeiros meses de 2013, a alta foi de 5,8% e, no último trimestre do ano passado, houve crescimento de 6,5%.
"A desaceleração no ritmo de crescimento do indicador é resultado, especialmente, da queda dos custos com energia elétrica, capital de giro e tributos. O custo com energia elétrica caiu 16,1%, o com capital de giro recuou 5,7% e o com tributos teve queda de 5,3%. Parte significativa dessa desaceleração deve-se à queda de 10,5% no custo com energia", informou a CNI, por meio de nota à imprensa.
De acordo com a entidade, a desaceleração nos custos de produção só não foi maior por causa do aumento de 10,6% do óleo combustível. O custo de energia é formado por energia elétrica e óleo combustível, informou. "O custo de produção também foi pressionado pelo aumento de 4,3% nos insumos nacionais e de 4,9% nos importados. Além disso, as despesas com pessoal cresceram 10,1% no segundo trimestre frente ao mesmo período do ano passado", informou a CNI.
Recuperação de lucros
Segundo a CNI, os preços dos produtos industrializados subiram 5,4% no trimestre em relação a igual período de 2012 - percentual superior à evolução dos custos, o que "ajudou" a indústria a recompor as margens de lucro.
"Foi o terceiro trimestre consecutivos que os preços dos produtos manufaturados cresceram mais do que os custos. Essa melhora na margem de lucro é fundamental para que as empresas industriais possam investir", avaliou a CNI.
Além disso, a queda no ritmo de crescimento dos custos melhorou a competitividade das empresas brasileiras, segundo a entidade que representa o empresariado. Os preços dos manufaturados importados, em reais, aumentaram 3,6% no segundo trimestre frente ao mesmo período de 2012. Essa alta foi superior aos 2% de elevação dos custos. Nos Estados Unidos, os produtos industrializados subiram 5,9%, também em reais, acrescentou a CNI.
"Como a moeda brasileira se desvalorizou ainda mais no terceiro trimestre, esse efeito será intensificado. Ou seja, para o próximo trimestre, espera-se um ganho de competitividade ainda maior para a indústria brasileira", acrescentou a entidade.
Aumento dos juros
Os números da CNI também revelam que o aumento dos juros básicos da economia pelo Banco Central, processo que começou em abril deste ano para combater a alta da inflação, "diminuiu o ritmo de redução" do custo de capital de giro. No segundo trimestre, a queda foi de 5,7% frente ao mesmo período de 2012. Nos trimestres anteriores, as quedas foram superiores a 20%, acrescentou a entidade.
"Pela primeira vez desde o início de 2010, o custo tributário caiu 5,3% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2012. A queda é resultado das medidas de estímulo ao consumo e à competitividade, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a desoneração da folha de pagamento. A redução só não foi maior devido ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que manteve-se em crescimento", informou a CNI.