15/05/2013 12h37 - Atualizado em 15/05/2013 12h58

Dólares continuam ingressando no Brasil no início de maio

Na parcial deste mês, até dia 10, US$ 859 milhões entraram no país.
Captação externa da Petrobras pode influenciar resultado deste mês.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

O ingresso de dólares no país superou a retirada de moeda estrangeira em US$ 859 milhões na parcial de maio, até o dia 10 deste mês, informou nesta quarta-feira (15) o Banco Central.

Se confirmado o movimento positivo em maio fechado, será o terceiro mês consecutivo de ingresso de divisas no país. Em abril, foi contabilizada a entrada de US$ 3,5 bilhões na economia brasileira, o maior valor em cinco meses.

Captação da Petrobras
Os recusos que ingressaram no país no início de maio ainda não englobam a captação de US$ 11 bilhões feita pela Petrobras no início desta semana - que deve gerar mais ingresso de divisas no país. A operação, que foi anunciada na última segunda-feira (13), foi a maior oferta de bônus de uma companhia latino-americana na história, segundo a agência de notícias Reuters. Operadores, porém, não sabem quanto da operação será internalizada no Brasil pela empresa.

Fluxo parcial do ano
Com o movimento da última semana, o fluxo parcial do ano, até 10 de maio, registrou o ingresso de US$ 2,27 bilhões no país. A entrada de dólares registrada ainda está bem abaixo dos valores computados no mesmo período de 2012 - quando US$ 24,7 bilhões ingressaram no Brasil.

Impacto no dólar
A entrada de recursos no país registrada no início de maio, segundo analistas, teoricamente favoreceria a queda do dólar. Isso porque, com mais dólares no mercado, seu preço tenderia a ficar menor. No fim de abril, a cotação estava em R$ 2,00. Nesta terça-feira (14), o dólar fechou no mesmo patamar. As cotações têm por base a Ptax, do BC. Já o dólar comercial fechou a R$ 2,0207 para a venda.

Mesmo em um regime classificado de "câmbio flutuante", o governo  atua no mercado, influenciando o preço da moeda norte-americana. Até o fim do ano passado, o governo sinalizava que buscaria um dólar um pouco acima de R$ 2, para gerar competitividade para as empresas brasileiras, mas não acima de R$ 2,10 – o que poderia pressionar mais a inflação.

Em janeiro, entretanto, o Banco Central decidiu rolar contratos de "swap cambial" tradicionais. A rolagem foi interpretada como um sinal verde para a queda da moeda norte-americana porque estes contratos de swap tradicional, operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro, foram oferecidos no momento em que o dólar já recuava ante o real.

Entre o início de fevereiro e o fim de março, a moeda norte-americana operou abaixo de R$ 2,00 - voltando a ficar acima deste patamar somente em 21 de março. Desde então, tem oscilado ao redor de R$ 2 (pouco acima ou pouco abaixo).

Para controlar o preço do dólar o governo tem uma série de instrumentos. Além das compras e vendas de dólares no mercado à vista, o BC também pode operar no mercado futuro (por meio das operações de "swap" cambial tradicionais e reversas). O Ministério da Fazenda, por sua vez, pode utilizar as alíquotas do IOF para tentar controlar o ingresso de moedas no país.

Contas comercial e financeira
O fluxo cambial brasileiro possui duas contas: a comercial, na qual são fechados os contratos de câmbio para operações de exportação e importação; e a conta financeira – que inclui as demais operações, como os investimentos estrangeiros diretos e os recursos para aplicações financeiras, além das remessas de lucros e dividendos e empréstimos tomados no exterior, entre outros.

Os números do BC mostram que o fluxo comercial registrou entrada de divisas de US$ 155 milhões em maio, até o dia 10. Ao mesmo tempo, foi contabilizada a retirada de US$ 704 milhões por meio da conta financeira no mesmo período.

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