09/05/2013 11h32 - Atualizado em 09/05/2013 12h01

Inflação veio acima do esperado, mas não é generalizada, diz Mantega

Segundo ele, tendência da inflação é cair nos próximos meses.
Ministro destacou resultado do IGP-M, que mede inflação no atacado.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta quinta-feira (9) que o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, que somou 0,55%, segundo o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), e foi de 6,49% em 12 meses, veio "um pouco acima do previsto". Entretanto, segundo ele, a inflação não é "generalizada" no Brasil e tende a recuar nos próximos meses.

"A inflação veio um pouco acima do previsto. Agora, ela veio abaixo da inflação no mesmo mês de abril de 2010 e de 2011. Há uma trajetória semelhante nos últimos anos na inflação. Ela sobe no final do ano, se mantém alta nos primeiros meses e depois cai. Com algumas variações por causa do regime de chuvas, de secas, de problemas externos", declarou o ministro da Fazenda, após reunião com a bancada do PT na Câmara dos Deputados. 

Segundo ele, neste ano há uma pressão "mais forte de alimentos, causada por problemas no exterior". "Os Estados Unidos tiveram uma seca, nós tivemos uma seca também aqui no ano passado, que elevou alguns preços", acrescentou.

De acordo com Mantega, a trajetória da inflação, entretanto, será "descendente" no Brasil nos próximos meses. "Todas as previsões são neste sentido. Ela vem caindo em relação ao 0,86% que começamos o ano. Então, a inflação está sob controle. O governo está tomando todas as medidas", disse.

O ministro também observou que o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), que mede a inflação no atacado e é usado para reajustar a maioria dos contratos de aluguel, está caindo fortemente e vai atingir o varejo em um ou dois meses. Em abril, o IGP-M desacelerou a 0,15%, ante elevação de 0,21% em março.

"Não obstatnte, estamos atentos e tomando as medidas que forem necessárias para impedir a difusão e contágio de outros setores. Esse é o perigo: outros setores achando que vai ter um aumento generalizado subindo a inflação, mas isso não está ocorrendo. A inflação não é generalizada. É muito concentrada no setor de alimentos e vai cair", declarou ele.

O ministro Mantega também disse que a produção agrícola brasileira vai crescer neste ano, ajudando a controlar as pressões inflacionárias. "Ela já é boa. Este ano vamos bater novo recorde de safra. No primeiro trimestre, a produção de grãos aumentou 50% em relação ao ano passado. Portanto, a agricultura vai bem e a oferta de produtos agricolas vai aumentar", afirmou.

Entretanto, ele também admtiu que "fatores sazonais", como chuvas e secas, podem impactar os preços de alguns alimentos. "Você tem problema com alguns tubérculos. Você pode ter o tomate, que sobe e desce e essa semana foi a batata inglesa que subiu. Tudo isso é superado porque a agricultura responde e vai baixar os preços. O índice de difusão que mede em quantos os setores a inflação está ocorrendo deu uma melhorada em abril. Caiu de 69% para 65%", concluiu.

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