16/05/2013 10h00 - Atualizado em 16/05/2013 10h09

Pela 1ª vez, mulheres têm mais
celulares que homens, diz IBGE

Mulheres representam 69,5% dos 115 milhões de donos de celular em 2011.
Donos de celulares com renda até um salário mínimo são 44% do total.

Helton Simões GomesDo G1, em São Paulo

Pela primeira vez, o percentual de mulheres com celulares ultrapassou o de homens com o aparelho, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (16).

As informações constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), referente ao ano de 2011, em que 115 milhões de pessoas possuíam um aparelho celular, cerca de 69% do total da população brasileira.

No ano, 69,5% das mulheres possuíam o aparelho, enquanto a participação dos homens que tinham um celular sobre o total era de 68,7%. A ala masculina está, inclusive, abaixo da penetração do dispositivo no total da população, de 69,1%.

Os percentuais representam uma virada de jogo na predominância masculina em inserção dos celulares, fato percebido desde a primeira compilação de dados da Pnad sobre telefonia móvel celular, de 2005.

Segundo Adriana Beringuy, técnica do IBGE da coordenação de Trabalho e Emprego, a maior presença feminina no mercado de trabalho, formal ou informal, pode ser um dos fatores responsáveis pela mudança.

Tanto é que quando são consideradas apenas pessoas com trabalho (com carteira assinada), o percentual de homens com celular fica quase estável em 67,3%, enquanto o de mulheres cai para 45,4%.

A diferença é grande. Entre as 60,2 milhões de mulheres com celular, 20,8 milhões não possuem emprego –ou estão desempregadas ou trabalham na informalidade. Do lado masculino, dos 55,1 milhões que possuíam celular, apenas pouco mais de um milhão não trabalham.

“A gente sabe que dentro da condição da não-ocupação, algumas profissionais liberais têm no celular um canal de contato muito importante”, diz Beringuy, citando, por exemplo, costureiras e manicures, que cada vez mais passam a depender do aparelho para trabalhar.

Renda
Já no corte por rendimento, os brasileiros sem renda ou que ganham até um salário mínimo por mês respondem por 44,3% do total dos donos de celular no país. São 51 milhões de pessoas.

Segundo Beringuy, isso ocorre porque há localidades em que a operação celular é mais acessível do que a telefonia fixa, por causa da dificuldade de instalação de infraestrutura. Ela aponta ainda o fator preço: “Na telefonia fixa, há um custo fixo. Enquanto nos celulares, tem os pré-pagos que só pagam o que consomem”.

Isso explicaria o aumento explosivo no número de pessoas com celular no Nordeste, de 174,3%, entre 2005 e 2011, quando chegou a 27 milhões de usuários e se tornou a região com maior crescimento no período. Em segundo lugar aparece o Norte, com crescimento de 166,7%, para 8 milhões.

O Nordeste também se tornou e a segunda região com usuários de celular no Brasil. Com 52,7 milhões, o Sudeste é o primeiro. Completam a lista o Sul (17,8 milhões), em terceiro, e o Centro-Oeste (9,7 milhões), em quarto.

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