31/07/2013 09h10 - Atualizado em 31/07/2013 09h10

Projeto mantido há 5 anos recupera matas ciliares do Rio Taquari, no RS

Redução de 86% da vegetação nativa mobilizou a comunidade da região.
Quase 2 milhões de metros quadrados de mata já foram recuperados.

Do G1 RS

Um pedaço da natureza está ameaçado no Vale do Taquari. Habitat de animais e plantas, a mata ciliar às margens do rio sofre com a urbanização desenfreada das cidades. Um projeto desenvolvido há cinco anos, no entanto, vai mudando essa realidade aos poucos.

Pertencente ao bioma Mata Atlântica, esse ecossistema compreende também a vegetação amazônica, andina e sulista e apresenta uma flora diversificada, com cerca de 25 mil espécies de plantas. A vegetação conta com árvores de grande porte como a figueira e a corticeira, que pode chegar a 35 metros de altura, e é responsável por reduzir os efeitos da erosão no rio.

A mata é também habitat de milhares de espécies de animais, muitas delas em extinção, como capivaras, pacas e cotias. Canários, periquitos e urubus também são pássaros na região. "A vantagem de se ter uma mata dessas preservada é muito ampla pelas redes de organismos vivos que se formam", avalia a bióloga Cátia Gonçalves.

Apesar da importância da mata ciliar para o equilíbrio ecológico, o desenvolvimento de cidades em volta do rio reduziu as áreas de vegetação nativa. Um estudo feito por biólogos das cidades gaúchas de Estrela e Lajeado constatou que, em 2012, apenas 550 hectares dos 3,8 hectares de preservação permanente estvam preservados.

A redução de pelo menos 86% da vegetação nativa mobilizou a comunidade da região. Uma iniciativa do Ministério Público (MP), em parceria com pesquisadores, prefeituras e a população das 13 cidades que margeiam o rio criou o projeto Corredor Ecológico. A ideia é reduzir o impacto ambiental nas áreas ciliares.

Para isso, foram realizadas intervenções, como explica o biólogo e e secretário municipal de meio ambiente de Estrela, Emérson Musskopf. "Nos baseamos em projetos europeus e fizemos cinco intervenções no ambeinte para preservar a mata. Três funcionaram, uma parcialmente e outra deu errado", relata ele.

Desde 2008, quase 2 milhões de metros quadrados de mata nativa foram recuperados. "O resultado mais importante do projeto é a consciência que foi criada a partir dele", pontua a promotora de Justiça e idealizadora da iniciativa, Mônica Maranghelli.

 

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