10/09/2013 11h24 - Atualizado em 10/09/2013 11h41

Solo mais caro da cidade de SP está onde há mais acesso a transporte

Entre as regiões estão Pinheiros, Moema, Vila Mariana e centro da capital.
Foram cruzados dados de pesquisa do Metrô e com o valo venal do solo.

Gabriela GasparinDo G1, em São Paulo

Pontos pretos destacam as zonas de tráfego com maior quantidade de viagens (Foto: Divulgação/Laboratório de Geoprocessamento da USP)Pontos pretos destacam zonas de tráfego com
maior número de viagens (Foto: Divulgação/USP)

Áreas com o solo mais caro na cidade de São Paulo coincidem com as que proporcionam maior acessibilidade de transporte à população, aponta estudo realizado por pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP).

Quanto maior o numero de viagens geradas, maior e a acessibilidade e quanto maior é a acessibilidade, mais valorizado é o solo"
Cláudia Soares Machado, doutora em engenharia de transportes

O G1 teve acesso à pesquisa, que será apresentada na 13ª Conferência Internacional da Sociedade Latino Americana de Estudos Imobiliários, em São Paulo, que ocorre em São Paulo de 11 a 13 de setembro.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores usaram ferramentas de geoprocessamento e cruzaram os valores venais de todas as quadras da cidade de São Paulo (do ano de 2010) com os resultados da pesquisa origem-destino de 2007, feita pelo Metrô.

“Quanto maior o número de viagens geradas, maior é a acessibilidade, e quanto maior é a acessibilidade, mais valorizado é o solo”, explica a pesquisadora da USP Cláudia Soares Machado, doutora em engenharia de transportes.

Segundo o estudo, as zonas de tráfego com maior quantidade de viagens estão na Sé, República, Luz e Ponte Pequena (que ficam no distrito do Bom Retiro), Canindé (no Pari), João Teodoro e Oriente (no Brás), Liberdade, Consolação, Santa Cecília, Vila Clementino (na Vila Mariana), regiões no entorno do Parque do Ibirapuera e Jardim Luzitâni (em Moema), região da avenida Berrini (no Itaim Bibi), Pinheiros, regiões de Santa Maria e Francisco Matarazzo (na Barra Funda), Água Branca,  Lapa, Carandiru, Santana, Tietê, região do Parque Anhembi (em Santana), e Coroa, na Vila Guilherme.

No mapa
A pesquisa é um trabalho de geoprocessamento e foi feita em cima de imagens de satélite da cidade de SP.

Essas zonas de tráfego representam áreas da cidade com maior concentração de viagens urbanas de casa para o trabalho e do trabalho para casa. “Encontramos essas áreas e cruzamos com dados da planta genérica de valores da cidade de São Paulo”, explicou Cláudia. De acordo com a especialista, um programa específico de computador calculou os valores para cada quarteirão da cidade (esses valores, segundo ela, não aparecem em números, mas em pontos escuros identificados em um mapa).

O cruzamento das informações mostra que essas áreas apontadas com os maiores valores de solo coincidem com as que registram o maior número de viagens.

"Existe uma correlação estatística espacial positiva e relevante entre quantidade de viagens geradas e valor venal do solo. Ou seja, as facilidades de transportes se traduzem em muitas viagens, o que caracteriza alto índice de acessibilidade, que por sua vez viabiliza e favorece a mobilidade urbana”, explicou.

A pesquisadora salientou, ainda, que os dados levam em conta o valor venal (estipulado pela prefeitura para pagamento de tributos) e não de fato o valor comercial do imóvel.

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