12/09/2013 06h50 - Atualizado em 12/09/2013 06h50

Contas de 2010 de Ribeirão Preto são rejeitadas pela segunda vez pelo TCE

Tribunal apontou déficit de contas e falta de pagamento de precatórios.
Veto será discutido pela Câmara; Prefeitura não comentou a decisão.

Rodolfo TiengoDo G1 Ribeirão e Franca

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) rejeitou nesta quarta-feira (11), pela segunda vez, as contas apresentadas pela Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) referentes ao ano de 2010. O órgão desconsiderou os argumentos apresentados pela administração municipal no pedido de reexame sobre a primeira rejeição, publicada pelo TCE no fim de 2012, e apontou déficit orçamentário e falta de pagamento de precatórios – previsto no orçamento municipal quando o Executivo é condenado na Justiça.

O parecer será encaminhado para a Comissão de Finanças da Câmara de Ribeirão Preto para análise e votação. A Prefeitura informou que ainda não foi notificada sobre a decisão.

No veto, a Assessoria Técnica do TCE persistiu em considerar negativo aos cofres públicos o déficit de 8,52% detectado na primeira avaliação, referente ao segundo ano do primeiro mandato de Dárcy Vera (PSD). Segundo o Tribunal, a receita arrecadada em 2010 foi de R$ 949,8 milhões, mas os gastos do município somaram R$ 1,03 bilhão – diferença de R$ 80,9 milhões. “O desequilíbrio das contas deverá comprometer os orçamentos vindouros, salientando que esse resultado vem na contramão da gestão equilibrada”, analisou.

Além disso, mesmo diante de argumentos contrários da Prefeitura, o Tribunal voltou a apurar que o município não depositou no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) o valor de R$ 2,3 milhões em precatórios, ou seja, referentes a processos judiciais contra a Prefeitura. “A Assessoria Técnica, pelo setor especializado, opinou pela manutenção do parecer emitido, no sentido desfavorável às contas.”

Prefeita de Ribeirão Preto não comparece ao Palácio do Rio Branco após decisão de cassação  (Foto: Leandro Mata/G1)Prefeitura de Ribeirão tem contas rejeitadas
pelo TCE (Foto: Leandro Mata/G1)

Primeira rejeição
Em 22 de novembro de 2012, o TCE publicou no Diário Oficial do Estado a rejeição às contas da Prefeitura de Ribeirão Preto sob a justificativa de que houve incompatibilidade de investimentos previstos pelo município, bem como um déficit em relação ao orçamento de 2009. O Tribunal de Contas verificou que em 2010, no segundo ano do primeiro mandato de Dárcy Vera (PSD), a Prefeitura teve um déficit de 8,52% em comparação ao período anterior e superou suas despesas em 12,82% além do esperado.

O Tribunal informou ainda que não conseguiu detectar quanto a Prefeitura gastou em precatórios. O órgão também observou a necessidade de reestruturação do quadro funcional, que na época teve uma elevação de 80% no número de temporários.

Recurso
Um mês depois da rejeição, no dia 21 de dezembro, a Prefeitura entrou com pedido de reexame no TCE, argumentando que o déficit financeiro no período foi de 3,68%, se forem consideradas as operações financeiras de todos os órgãos municipais – análise esta que teria sido praticada pelo Tribunal em 2009, quando as contas do município tiveram déficit de 6,62%.

Sobre o não pagamento de precatórios, o Executivo municipal informou que sempre esteve em dia e que somente não encerrou 2010 com as contas judiciais quitadas por impasses com o Tribunal de Justiça e o Conselho Nacional de Justiça. Os valores, de acordo com alegação da Prefeitura ao TCE, foram depositados a partir de 2011.

As justificativas, no entanto, não foram acatadas pelo TCE.

Prefeitura
Em nota enviada pela Coordenadoria de Comunicação Social (CCS), a Prefeitura de Ribeirão Preto informou que a administração municipal não foi notificada sobre o resultado da sessão. “Devemos aguardar publicação no Diário Oficial do Estado”, comunicou.

Câmara
A rejeição do TCE às contas de 2010 de Ribeirão Preto será encaminhada para análise da Comissão de Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle da Câmara, que posteriormente levará para votação em plenário um decreto legislativo aprovando ou não a decisão. Dos 22 vereadores da Câmara, 15 compõem a base aliada da prefeita.

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