• Ariane Abdallah
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Diploma formação educação MBA faculdade universidade (Foto: Reprodução)

Diploma formação educação MBA faculdade universidade (Foto: Reprodução)

Pós-graduação, MBA, mestrado, doutorado, curso rápido focado em um tema bem específico... São tantas opções de cursos e títulos, dentro e fora do Brasil, que dá para se perder. O que realmente agrega à carreira? O que vai ganhar com a escolha? Qual o momento indicado para investir? “Vejo muita gente fazendo cursos porque acha que assim vai ser promovido ou vai conseguir mudar de área”, afirma Luiz Gustavo Mariano, sócio da Flow, consultoria de recrutamento de executivos de alta direção e finanças, com clientes como Siemens, Pepsico e Itaú BBA. “Algumas pessoas nunca trabalharam, mas fazem mestrado. Isso só faz sentido se a pessoa for seguir carreira técnica, acadêmica”.

Para ele, o momento de voltar para a sala de aula deve ser definido em acordo com o estágio da carreira. “É importante que haja a necessidade prática de aprender novos conceitos”, diz.

Se conseguir responder às perguntas básicas – 'para que' e 'por que agora'? –, fica fácil escolher o “que” e o “como”. Nesse caso, Mariano afirma que, sim, uma especialização pode abrir portas. “É um amadurecimento profissional e pessoal. Uma sala de aula é um lugar para discussões centralizadas em temas. Para isso, os alunos devem ter bagagem. Senão, o curso vira apenas a compra de um título”.

A seguir, as sugestões do consultor para nortear cada nível profissional.

Analistas junior a pleno
Neste estágio profissional, basta a graduação na área de atividade. Ainda não é hora de aprender novos conceitos. Foque em assimilar e praticar o conhecimento específico, de explorar as técnicas para desempenhar com excelência a tarefa que escolheu.

Analista sênior a gerente junior
São os cargos de supervisão ou coordenação (dependendo da empresa), ou seja, quando você passa a gerir outras pessoas. A partir desta etapa, a empresa espera que o profissional tenha outras ferramentas além das básicas de sua área. Como gestor, ele não fará mais nada sozinho. Logo, deve desenvolver habilidades de relacionamentos: como influenciar sua equipe, motivar, extrair o melhor de cada um. É o momento de começar a ver a pizza toda – e não mais só o seu pedaço. Isso também significa ir além de sua função e setor e transitar por outras áreas, trocar informações e experiências com colegas. Nesta fase, é indicado investir em uma pós-graduação mais abrangente, como em administração de empresas ou relacionada a negócios ou planejamento estratégico.

Gerente (primeiro ano)
É recomendado fazer um curso focado em gestão de pessoas, o que passa a ocupar boa parte de seu tempo. Sugiro que aprofunde em conhecimentos e técnicas de liderança, desenvolver talentos, extrair resultado de profissionais com diferentes características e comportamentos. Também é importante desenvolver melhores práticas no ambiente de trabalho e se aproximar de conceitos de autoconhecimento – afinal, para liderar alguém é preciso, antes de tudo, se conhecer. A escolha deve ser por cursos de curta duração e sobre temas pontuais, que podem ser complementados com leitura de livros e artigos sobre gestão de pessoas e lideranças.

Gerente (segundo ano)
Já com a possibilidade de assumir um cargo de direção nos próximos anos, esta é a fase em que o gerente pode começar a pensar em um MBA ou mestrado. São extensões mais abrangentes, profundas e estratégicas. Por isso, só indico depois que o profissional tenha acumulado anos de experiência. É preciso ter bagagem para aproveitar e contribuir com as discussões propostas, com um olhar mais analítico, crítico, questionador.

Diretor
A partir desta etapa, qualquer profissional deveria fazer cursos de especialização de curta duração e com foco bem fechado. Por exemplo, em “como liderar uma companhia de serviços” ou “como fazer uma startup no setor de tecnologia em um país emergente”. De acordo com a demanda profissional, a pessoa escolhe um tema para se aprofundar.