29/08/2013 15h35 - Atualizado em 29/08/2013 16h01

Leilão de energia nova tem deságio médio de 10,74%, diz governo

Segundo EPE, preço médio de leilão A-5 foi de R$ 124,97 por MWh.
Consórcio da Eletrobras arrematou hidrelétrica de Sinop.

Fábio AmatoDo G1, em Brasília

O leilão realizado nesta quinta-feira (29) pelo governo federal e que contratou energia de novas usinas para ser entregue a partir de 2018 registrou deságio médio de 10,74% em relação ao preço máximo inicial previsto, informou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

De acordo com a EPE, o valor médio do leilão foi de R$ 124,97 por MWh (Megawatt-hora). Foram contratados 19 empreendimentos, entre usinas hidrelétricas e termelétricas, num total de 1.265 MW de capacidade instalada para produção de energia elétrica.

A previsão é que sejam investidos agora cerca de R$ 5 bilhões para a construção desses empreendimentos.

Entre as leiloadas está a usina hidrelétrica de Sinop, de 400 MW, arrematada pelo consórcio CES, formado pelas empresas Alupar, Chesf e Eletronorte (as duas últimas, controladas pela estatal Eletrobras).

O consórcio ganhou a disputa com a oferta de R$ 109,40 por MWh, deságio de 7,29% em relação ao teto, de R$ 118 por MWh. Nesse tipo de leilão, vence quem se dispuser a receber o menor valor pela energia a ser produzida. Sinop será construída no rio Teles Pires, em Mato Grosso.

Essa foi a segunda vez que usina de Sinop foi a leilão. Em dezembro, não houve interessado no projeto, que sofre contestação – o Ministério Público move uma ação contra a construção da usina.

Além de Sinop, o leilão também resultou na contratação de uma outra hidrelétrica (Salto Apiacás, de 45 MW), e oito pequenas centrais hidrelétricas que, juntas, têm capacidade instalada de 173,5 MW.

Outras nove termelétricas também foram contratadas, ao preço médio de R$ 135,58 por MWh. Dessas, sete são movidas a bagaço de cana e, as duas restantes, a cavaco de madeira.

Carvão
O leilão contou com a participação de três termelétricas a carvão, mas nem mesmo o incentivo do governo, que de última hora concedeu a isenção de PIS e Cofins para a compra do carvão, foi suficiente para a contratação das usinas.

Nos últimos anos, o governo havia deixado de incluir térmicas a carvão nos leilões de energia porque são consideradas mais poluentes. Este ano, porém, voltou a permitir a participação desses empreendimentos, depois que o país teve que despachar, a partir do final de 2012, todas as termelétricas para poupar água das hidrelétricas, que sofreram com a falta de chuva.

Contratos somam R$ 20 bilhões
O leilão realizado nesta quinta é chamado de A-5, pois a energia contratada precisa começar a ser entregue num prazo de 5 anos – neste caso, 2018. Segundo a EPE, os contratos assinados alcançarão R$ 20,6 bilhões durante a vigência, que é de 30 anos para os projetos hidrelétricos e de 25 anos para os de biomassa.

As usinas contratadas serão construídas nos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Santa Catarina e São Paulo.

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