SÃO PETERSBURGO - Um dos temas da agenda do G-20, a inflação já está sendo sentida no bolso dos integrantes das comitivas que desembarcam em São Petersburgo esta semana. Pelo menos entre aqueles que conseguem sair do confinamento a que foram submetidos pelas autoridades russas na vila destinada aos presidentes em uma região afastada do centro da cidade. Os próprios russos aconselham os turistas e os quase cinco mil participantes da cúpula a fugir dos táxis.
Aproveitando-se da forte demanda e do sistema herdado da União Soviética de negociação da bandeirada diretamente com o cliente antes da corrida, os motoristas decidiram turbinar as tarifas. Na Rússia, é assim.
Nem todo táxi é táxi 100% do tempo. Para se tomar uma condução, basta fazer o sinal com a mão. Rapidamente, uma fila de automóveis comuns se forma diante do menor gesto do turista que, nestes dias, não consegue barganhar.
Para alívio das autoridades russas, a cúpula do G-20 será curta e não terá como afetar os pressionados índices de inflação no país. De olho nos visitantes e turistas de verão, os hotéis também turbinaram os preços. A diferença nas tarifas pode chegar a 420,9% em relação ao fim de semana anterior à reunião e o seguinte.
A diária no superior room no luxuoso Kempinski Moika custa US$ 1.974,30 nos dias do evento. O mesmo quarto custava US$ 401,4 uma semana antes. No Astoria, as diárias variam 308% e no quatro estrelas Petro Palace, 170%.