20/08/2013 09h19 - Atualizado em 20/08/2013 15h38

Após bater R$ 2,41, dólar opera em baixa em dia de leilões do BC

BC anunciou para esta terça a venda até US$ 4 bilhões no mercado à vista.
Na segunda-feira, moeda fechou em alta de 0,83%, a R$ 2,4159.

Do G1, em São Paulo

Após fechar acima de R$ 2,41 na segunda-feira (19), atingindo a maior cotação desde março de 2009, o dólar opera em baixa nesta terça-feira (20), mas ainda rondava o patamar de R$ 2,40, após o Banco Central endurecer o seu discurso e as suas atuações.

Perto das 15h35, a moeda norte-americana caía 0,77%, a R$ 2,3974. Veja a cotação

Para derrubar a cotação da moeda norte-americana, o BC já realizou dois leilões de swap cambial tradicional (que equivale a uma venda de dólar no mercado futuro) nesta sessão.

Em ambas as oportunidades, o BC vendeu todos os 20 mil contratos ofertados em cada, tanto no leilão de novos papéis que tem vencimento em 2 de janeiro do ano que vem como no de rolagem, com prazo para 1º de abril de 2014. O volume financeiro foi de US$ 993,4 milhões e US$ 986,3 milhões, respectivamente.

Depois, o BC realizou leilão de linha, no qual foram ofertados US$ 4 bilhões no mercado à vista, com compromisso de recompra. Logo após os horários finais das ofertas, a divisa manteve o ritmo de queda.

Os operadores afirmaram que o efeito na cotação do leilão de linha é minimizado porque os bancos compram o dólar e sabem que terão de devolvê-lo nas duas datas estipuladas pelo BC: 2 de janeiro e 1º de abril de 2014, destaca a Reuters.

O BC demonstrou na segunda-feira que está determinado na tarefa de conter o movimento de valorização do dólar em relação ao real.Além dos leilões, o presidente da autoridade monetária,  Alexandre Tombini, sublinhou que aqueles que "apostam em movimentos unidirecionais da moeda" poderão ter perdas e reforçou que continuará ofertando proteção aos agentes econômicos e liquidez aos mercados.

Já ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a situação do dólar, embora estressada, está sob controle. Ele mandou um recado aos investidores dizendo para não esquecerem que o câmbio é flutuante e, portanto, não fazerem apostas arriscadas.

Ele citou que o país tem US$ 370 bilhões em reservas internacionais caso seja necessária uma intervenção mais forte no câmbio. O número leva em conta o conceito liquidez internacional, que considera, além do valor em caixa (o que o governo tem disponível em dólares), os títulos em moeda estrangeira e outros recursos detidos pelo Banco Central.

Cotação de segunda-feira

selo cotações dólar (Foto: Editoria de arte/G1)

Na segunda-feira (19), o dólar norte-americano fechou em alta, acima de R$ 2,41, influenciado pelos movimentos no exterior e pela persistente desconfiança de investidores com a economia brasileira, mesmo após o Banco Central ter realizado três leilões de swap cambial e anunciado venda no mercado à vista para esta terça-feira.

A moeda fechou em alta de 0,83%, a R$ 2,4159, na maior cotação desde 2 de março de 2009. Na máxima do dia, a divisa norte-americana chegou a subir 1,37%, cotada a R$ 2,4288. No mês, a moeda tem alta de 5,58% e no ano, acumula valorização de 18,15%.

Influências para alta do dólar
O que tem influenciado a alta do dólar nos últimos dias é a expectativa dos investidores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começará a reduzir seu programa de estímulos à economia do país a partir de setembro.

O Fed compra US$ 85 bilhões em títulos hipotecários e dívida do Tesouro norte-americano por mês, em seus esforços para dar força a uma economia ainda desafiada por aperto fiscal federal e fraco crescimento no cenário internacional.

Com a compra, o Fed "injeta" dólares no mundo. Com a expectativa do fim dos estímulos e da redução da quantidade de dólares no mercado, os investidores compram mais a moeda, o que faz o dólar se valorizar.

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