Um grupo de cinco piauienses teve vídeo selecionado para ser exibido nos Estados Unidos durante festival que será realizado em agosto deste ano. O curta produzido em Teresina mostra diversos aspectos culturais ligados ao acesso à internet e integrará documentário colaborativo do projeto Freenet?.
Um dos estudantes a participar da produção do documentário é Wellington Coelho, apaixonado por vídeos desde criança. Ele conta que o curta mostra o lado cultural de Teresina e sua vasta produção. O curta conta com depoimentos de artistas e passeia por espaços culturais da capital como a Praça Pedro II e Espaço Trilhos.
“Temos uma produção artística bem diversificada e criativa, mas que acaba não sendo divulgada Brasil a fora por alguns motivos. Um deles é a dificuldade de acesso a internet, pois, segundo dados divulgados pelo próprio movimento, o Piauí possui o segundo pior índice de pessoas conectadas do país, seja pelo preço alto ou pela falta de conhecimento das ferramentas online”, explica Wellington.
O vídeo dos piauienses conta com apoio do projeto Freenet? que é uma iniciativa conjunta de quatro organizações da sociedade civil brasileira, mas sua abrangência é internacional, com enfoque nas preocupações dos países do Sul global. O objetivo do projeto é realizar um documentário colaborativo que exponha fatos, casos, pontos de vista e questionamentos de pessoas que estão atentas aos desafios enfrentados para assegurar que a Internet continue sendo um espaço aberto e colaborativo.
“Na primeira semana da oficina, conhecemos o projeto freenet? e, na segunda, fomos divididos em três grupos e nos dedicamos a produção dos vídeos. A proposta é que três países do mundo (Brasil, Quênia e Índia) produzissem esses materiais, que seriam reunidos em uma coletânea ou em um longa-metragem, falando sobre o direito e a acessibilidade à conexão”, explica Wellington.
A Freenet realiza campanhas de conscientização sobre a importância da conectividade e defende o amplo acesso à rede a todos os cidadãos. “Acredito que o vídeo mostra como a dificuldade de acesso a internet no nosso estado prejudica a divulgação da nossa cultura. Mostra que temos tanto o que mostrar quanto os grandes centros industriais do país, mas que não pode ser mostrado porque as pessoas não tem essa oportunidade”, disse Wellington.