Economia

Crise americana deixa país com menos dinheiro que nove empresas

Governo dos EUA tem até o dia 17 de outubro para elevar o limite do teto da dívida, sob risco de não conseguir honrar compromissos com credores

RIO - O governo dos Estados Unidos corre contra o tempo para pagar suas contas. A situação está perto de atingir o limite da dívida, a ponto de o Secretário do Tesouro americano, Jack Lew, tomar "medidas extraordinárias" para atrasar a decisão sobre o novo teto. Porém, a indefinição deixou o Tesouro com "apenas" US$ 32 bilhões para operar o país. O montante é inferior ao dinheiro em caixa a pelo menos nove grandes companhias, segundo o índice daq S&P 500 Companies.

A líder no ranking, a empresa General Eletric, fica próximo de possuir o triplo do valor disponível nas contas governamentais. Há seis meses atrás, O Tesouro possuia US$ 151 bilhões para gastar, segunda informava o relatório de recolhimento de impostos de 2012. Na sequência aparecem a Microsoft, o Google, a Cisco, a Apple, a Oracle E A Ford.

O debate sobre o aumento do teto da dívida aumentou o clima de tensão nos EUA. O governo tem até o dia 17 de outubro para elevar o limite, sob risco de não conseguir honrar dívidas com credores. O megacalote pode chegar a US$ 78 bilhões até novembro.

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que a economia americana corre risco de sofrer uma "recessão muito profunda", caso o Congresso não chegue a um acordo para elevar o limite de endividamento do governo, atualmente em US$ 16,7 trilhões. Em entrevista coletiva concedida na Casa Branca, Obama disse que está disposto a conversar com o líder republicano na Câmara dos Deputados, John Boehner, sobre qualquer coisa, inclusive mudanças na lei de assistência médica - a chamada “Obamacare”.

O país vive em uma crise política, quando o impasse sobre a aprovação do novo orçamento paralisou parte dos serviços públicos federais e colocou cerca de 800 mil funcionários em licença não remunerada. Republicanos, que são maioria na Câmara dos Deputados, condicionaram a aprovação da nova lei ao adiamento do início das operações da “Obamacare”. As emendas aprovadas pelo partido, no entanto, foram rejeitadas diversas vezes no Senado, de maioria democrata.