03/06/2013 13h43 - Atualizado em 03/06/2013 13h43

Preço do gás no Brasil deve começar a cair em cinco anos, diz ministério

Para secretário, país precisa de choque de oferta para custo baixar.
Brasil terá primeiro leilão de exploração de shale gas em novembro.

Fabio AmatoDo G1, em Brasília

O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins Almeida, disse nesta segunda-feira (3) que o preço do gás no Brasil deve começar a cair dentro de cinco anos, quando deve aumentar significativamente o volume da sua produção dentro do país.

De acordo com ele, nesse período deve ter início a exploração de blocos já leiloados (como na bacia do São Francisco), além daqueles que vão entrar na licitação da 12ª rodada, programada para ocorrer em novembro, e que será a primeira a ofertar blocos para exploração de óleo e gás não convencional – o chamado shale gas ou gás de xisto.

“Precisamos ter um choque de oferta interna para baixar o preço do gás no Brasil”, disse Almeida. Ele apontou, porém, que mesmo que aconteça essa queda, o governo não espera que o valor do gás no país chegue, no curto e médio prazo, a patamares tão baixos quanto os vistos nos EUA, onde se paga cerca de US$ 4 por milhão de BTU.

O custo do gás no Brasil varia entre US$ 9 e US$ 14 por milhão de metros cúbicos, incluindo o produzido no país e o importando.

Conteúdo local
Almeida disse ainda que o edital do leilão da 12ª rodada de exploração de óleo e gás não convencional vai exigir conteúdo local das empresas interessadas. Isso significa que parte dos equipamentos que serão usados nas atividades, entre eles sondas, terá que ser fabricado ou desenvolvido no Brasil.

Esse tipo de exigência não é novidade. Ela já foi usada na área de petróleo, por exemplo, e tem o objetivo de trazer para o país a tecnologia e desenvolver a indústria local. Para a exploração de gás e óleo não convencional, os percentuais de conteúdo nacional ainda não foram definidos.

O secretário informou ainda que as empresas que arrematarem os blocos serão obrigadas a fazer estudos para identificar potencial de exploração de gás não convencional nos seus blocos.

Ao comprar o direito de explorar um bloco, a empresa pode produzir o que encontrar. Ou seja, ela pode produzir, por exemplo, gás convencional (que fica mais próximo da superfície e tem investimento menor para produção).

Como o governo quer desenvolver também o mercado de gás não convencional (que fica numa camada mais profunda e tem custo de produção maior), as empresas vão ser obrigadas a, pelo menos, fazer os estudos para identificar a presença desse produto.

Essas pesquisas vão ajudar o país a calcular com mais precisão o tamanho das reservas de gás não convencional. Como esse tipo de gás ainda não é explorado aqui, não é possível dizer qual a nossa capacidade de produção.

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