RIO - A OSX deve adiar de novo seu pedido de recuperação judicial. Desde a semana passada, a empresa vem adiando a data, na expectativa de fechar a lista final dos credores. A ideia é deixar os credores internacionais de fora do pedido. Assim, bancos estrangeiros e donos de títulos que foram emitidos no exterior teriam suas dívidas negociadas em um processo paralelo. Até o fim de junho, a empresa tinha R$ 5,3 bilhões em dívidas.
A OSX GmbH tem 13 companhias sob seu guarda-chuva, segundo informações do balanço da empresa. A maior parte é de subsidiárias criadas para cada plataforma contratada, responsáveis por tomar crédito ou captar recursos no mercado para a construção das unidades. A empresa OSX-3, por exemplo, responsável pela construção da plataforma OSX-3, tem sede na Holanda. A intenção também é deixá-la de fora do pedido. Foi essa empresa que emitiu US$ 500 milhões em bônus no exterior para construir a OSX-3, que está no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos.
Entrariam na solicitação do pedido de recuperação as companhias OSX Brasil (holding), a OSX Construção Naval (dona do estaleiro no Porto do Açu), a OSX Serviços (responsável pela manutenção de plataformas e embarcações) e a OSX Serviços Gerais (que tem entre outras funções a prestação de fianças e outras garantias relativas a obrigações assumidas pela controladora).
O pedido deve ser protocolado no Tribunal de Justiça do Rio com solicitação de distribuição por dependência, ou seja, para ser alocado também na 4ª Vara Empresarial, onde está o pedido da OGX, para não correr risco de diferentes juízes darem decisões contraditórias.
Assim, o juiz Gilberto Clovis Faria Matos, titular da 4ª Vara Empresarial do TJ, ficaria à frente dos dois processos de recuperação judicial das empresa do grupo X, OGX e OSX. Por causa do grande volume de trabalho, o Tribunal de Justiça do Rio deve nomear juízes auxiliares para o caso.
Nesta quarta-feira, a OSX acertou a prorrogação do empréstimo de R$ 461,4 milhões com a Caixa Econômica Federal, por 12 meses a partir da data do vencimento, 19 de outubro. A OSX firmou ainda contrato de standstill com os bancos Santander e Votorantim, válidos até outubro de 2014. Isso significa que os dois bancos não poderão mover ações contra a empresa por esse período.
O Santander é o garantidor do empréstimo da Caixa, e o Votorantim é o garantidor do crédito de R$ 548 milhões com o BNDES. Este também está sendo negociado para ter seu prazo de vencimento prorrogado. A OSX quer um alívio de mais um ano. O vencimento já foi prorrogado uma vez, para 15 de novembro.