20/08/2013 17h26 - Atualizado em 20/08/2013 18h02

Aumento de passagens vai depender do câmbio, diz presidente da Gol

Segundo Kakinoff, empresa ainda não decidiu se haverá reajuste.
Associação do setor aéreo pediu ajuda do governo para evitar alta.

Fábio AmatoDo G1, em Brasília

O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse nesta terça-feira (20) que a empresa ainda não decidiu se vai elevar o preço das passagens para cobrir o aumento dos custos devido à alta do dólar nas últimas semanas. De acordo com ele, o reajuste das tarifas vai depender do patamar em que a moeda norte-americana se estabilizar.
 

“A gente ainda não sabe [se vai elevar os preços de passagens para compensar a alta do dólar]. Depende do nível de estabilização do câmbio”, disse Kakinoff, em Brasília, depois de participar do evento do setor aéreo Aviation Day.

Na manhã desta terça, representantes das quatro maiores empresas aéreas do Brasil, TAM, Gol, Azul e Avianca, apresentaram ao governo federal uma série de medidas a serem adotadas de maneira “urgente” para reduzir o custo de suas operações no país e, com isso, evitar o aumento das passagens aéreas nos próximos meses.

As propostas foram apresentadas ao ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco. O pedido de ajuda foi motivado principalmente pela alta no preço do querosene e pela subida do dólar nas últimas semanas, que elevou muito o custo das empresas – entre 55% e 57% das despesas das aéreas são dolarizadas.

Segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mede a variação de preços na capital paulista, só no mês de julho as passagens aéreas registraram alta de 8,53% ante junho. No acumulado dos 7 primeiros meses do ano, entretanto, os preços reucaram 6,72% na comparação com o mesmo período de 2012. No acumulado dos últimos 12 meses, as passagens subiram 16,11%.

Entre os pedidos feitos está a adoção de uma nova fórmula para estabelecer o preço no Brasil do QAV, o querosene usado nos aviões. As empresas aéreas defendem que a despesa das empresas com o combustível caia dos atuais 41% para o patamar internacional de 33%.

Outro pedido é que o governo isente, por um período de até 240 dias, as empresas do pagamento de duas tarifas, de navegação aérea e de aproximação. Segundo a Abear, associação que representa as aéreas, só essa medida levaria a uma redução de 6% no custo da operação das empresas.

Avianca
O presidente a Avianca, José Efromovich, disse que a empresa vai fazer uma reunião na próxima terça-feira (27) para discutir o impacto da alta do dólar nas contas da empresa. De acordo com ele, o aumento das passagens será a última opção da empresa.

"Essa próxima semana é o momento de a gente decidir o que vai fazer. Hedge é uma das alternativas”, disse ele, se referindo à operação financeira adotada por empresas com o objetivo de se proteger da alta do dólar.

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