Política

Em Londres, Campos critica ambiente de negócios no Brasil e defende modelo de gestão em PE

Em seminário para empresários, presidenciável do PSB disse que a economia brasileira “vive uma crise de expectativa” no exterior

Presidenciável do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos Foto: Hans von Manteuffel / Agência O Globo/ 30-10-2013
Presidenciável do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos Foto: Hans von Manteuffel / Agência O Globo/ 30-10-2013

LONDRES - Diante de uma plateia formada por cerca de 200 empresários brasileiros e estrangeiros em um hotel em Londres, o governador de Pernambuco e pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, ressaltou a necessidade de melhoria no ambiente de negócios no Brasil, a parceria com Marina Silva nas eleições de 2014 e o modelo de gestão de seu governo em Pernambuco. Segundo Campos, a economia brasileira “vive uma crise de expectativa” no exterior.

- O que o investidor estrangeiro quer é clareza sobre onde o país quer chegar. O Brasil tem duas décadas pela frente que vão definir o seu papel. Esse será o debate que o Brasil vai fazer no próximo ano nas eleições. Fizemos recentemente uma aliança com o partido da ex-senadora Marina Silva. Nosso esforço é nessa direção, dizer o Brasil que nós queremos - disse, durante o seminário “Oportunidade de negócios no Brasil: Estado de Pernambuco”.

Campos também falou do seu governo.

- O grande esforço que tivemos foi melhorar a governança. Pernambuco é um estado que atrai investimentos porque tem governança com planejamento e um modelo centrado em resultados, em meritocracia, participação na escolha das prioridades e transparência.

Campos afirmou que a atual situação do país obriga os governantes a buscar equilíbrio fiscal e também a melhoria da qualidade dos serviços, principalmente depois dos protestos há alguns meses.

- Temos que discutir os rumos estratégicos do país. O estado brasileiro vai ter que prover ao mercado regras que melhorem o ambiente de negócios, mas ao mesmo tempo precisa prover serviços.

Questionado por jornalistas em entrevista após o seminário se seu nome seria "uma terceira via", ele respondeu que se trata de "uma nova via".

- A dinâmica política gerou esse tipo de ambiente, ou nós ou eles. Mas agora há uma necessidade clara que vem sendo expressa pela população de uma leitura mais aprofundada. Há um processo de esgotamento político - explicou.

Sobre as reuniões na Europa, Campos disse que contatos com investidores e empresas no exterior dá oportunidade de poder falar sobre a sua visão do futuro.

- Não vim aqui para falar mal do meu país, vim reconhecer fragilidades - argumentou. Acho que todas as forças políticas no Brasil têm consciência que não podemos desconstruir o que custou caro ao Brasil.

Campos defendeu que "houve coragem de se superar velhas práticas políticas no Brasil". "O PMDB foi superado pelo PSDB, que mais adiante foi superado pelo PT. É um processo da dinâmica política".

De acordo com o governador, a aliança entre PSB e Rede realizará um encontro em novembro, no Rio de Janeiro, e em dezembro, na Bahia, para arregimentar apoio político de artistas e intelectuais à parceria.

- Até março teremos consolidadas as diretrizes do programa de governo, e de abril a junho vamos produzir o programa de governo.

(* Especial para O Globo)