Economia

Dieese: Rio tem a maior alta no preço da cesta básica

Custo dos alimentos essenciais subiu em 15 das 18 capitais pesquisadas
Alimentos e remédios contribuíram para a desaceleração do índice Foto: Leo Martins / Agência O Globo
Alimentos e remédios contribuíram para a desaceleração do índice Foto: Leo Martins / Agência O Globo

RIO - O preço da cesta básica subiu em 15 das 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em outubro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira.

As maiores altas foram registradas no Rio de Janeiro (5,86%), Curitiba (4,80%), Porto Alegre (4,35%) e Vitória (4,06%). Os recuos ocorreram em João Pessoa (-2,06%), Manaus (-1,23%) e em Recife (-0,08%).

No Rio, o custo dos produtos chegou a R$ 312,90. A capital com a cesta básica mais cara do país em outubro é Porto Alegre, onde o valor alcançou R$ 324,87. A cidade gaúcha ultrapassou São Paulo, que registrou o segundo maior valor (R$ 321,14).

A carne e o tomate foram os grandes vilões da cesta de produtos alimentícios básicos, com aumentos, respectivamente, em 16 e 15 capitais pesquisadas. A maior variação da carne foi registrada em Recife (6,55%) e a maior queda, em Florianópolis (-4,49%). Já o tomate variou das altas de 52,2% no Rio de Janeiro, 51,46% em Vitória e 41,38% em Florianópolis às quedas de 6,11% em João Pessoa, 3,47% em Campo Grande e 2,53% em Manaus.

O Dieese atribui as variações destes produtos aos impactos da entressafra e do clima. Com as pastagens afetadas pelo inverno, diminuiu a quantidade de animais para abate e os pecuaristas estão reduzindo a oferta por causa dos custos de reposição dos animais. Além da colheita menor do tomate, os preços menores nos meses anteriores desestimularam os produtores.

Salário mínimo deveria ser quatro vezes maior

Mensalmente, o Dieese calcula, com base no valor da cesta de maior custo do país, o salário mínimo necessário para "suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência".

Em outubro, o valor do salário mínimo deveria ser de R$ 2.729,24, mais de quatro vezes o valor do salário mínimo em vigor. O número representa uma queda em relação ao mesmo mês do ano passado, quando, quando os cálculos do Dieese apontavam que eram necessários R$ 2.617,33 para atender às necessidades de uma família.