05/06/2013 08h47 - Atualizado em 05/06/2013 08h47

Presentes para homens crescem e já são 30% dentro da Giuliana Flores

Kits masculinos cresceram de 20% em 2012 para 30% neste ano.
No Dia dos Namorados, eles devem ser 4 mil dos 15 mil pedidos previstos.

Gabriela GasparinDo G1, em São Paulo

Entre os kits masculinos está um que vem com rosas vermelhas e cervejas (Foto: Divulgação)Entre os kits masculinos está um que vem com
rosas vermelhas e cervejas (Foto: Divulgação)

Dos 15 mil pedidos esperados para o Dia dos Namorados deste ano na loja virtual de flores Giuliana Flores, cerca de 4 mil, ou 27%, serão para homens, em um mercado que ganha cada vez mais espaço dentro da floricultura virtual há pelo menos três anos, conta o empresário Clóvis Souza, fundador da empresa.

No ano passado, os kits masculinos representavam 20% dos produtos do site. Com a alta dos pedidos, a empresa aumentou a diversidade e hoje eles representam 30%.

“Tenho bastante coisa de homem. Arranjo de orquídea branca com vinho do porto, perfume com lírio branco (...). É um mercado que, nos últimos três anos, vem crescendo bastante. Tem bastante homem que gosta”, revela Souza.

Tenho bastante coisa de homem. Arranjo de orquídea branca com vinho do porto, perfume com lírio branco (...). É um mercado que, nos últimos três anos, vem crescendo bastante. Tem bastante homem que gosta"
Clóvis Souza, fundador da Giuliana Flores

Entre os kits masculinos, a predominância é de flores brancas, afirma Souza, o que não significa que as tradicionais rosas vermelhas – presentes em 80% dos pedidos para a data (maioria junto com os chocolates) –  fiquem de fora. Há, contudo, certa 'adaptação' ao universo masculino: um deles, por exemplo, vem com uma caixinha de botões de rosas vermelhas, duas garrafas de cerveja e uma porção de batatas para acompanhar (nesse caso, sai por R$ 135,30).  Outro exemplo é um kit com orquídeas amarelas, que vem com uma garrafa e uma taça de vinho, além de alfajores (esse custa R$ 175,20).

Colada ao Dia das Mães, quando foram 17 mil pedidos, o Dia dos Namorados é a segunda data mais importante para a empresa e representa aproximadamente 5% do faturamento anual. Neste ano, é esperado um aumento de 25% no número total de pedidos da empresa, que está torno de 22 mil ao mês, e atingir a meta de 270 mil encomendas em 2013.

Meta é fechar 2013 com 270 mil encomendas, diz o empresário Clóvis Souza (Foto: Divulgação)Meta é fechar 2013 com 270 mil encomendas,
diz o empresário Clóvis Souza (Foto: Divulgação)

Produção
O número de pedidos, aliás, é um pouco menor do que o total de ‘arranjos’ que saem diariamente da linha de produção da floricultura: em torno de 1,2 mil ao dia – isso porque alguns pedidos são para mais de um arranjo.

Em um galpão construído há 8 anos em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, 120 funcionários montam os kits, que cada vez têm menos flores e mais "complementos" como chocolates, semijoias, perfumes, ursinhos de pelúcia, bebidas e aperitivos.

“A gente foi entendendo que o internauta não queria só flor, queria algo a mais”, explica o empresário, que foi agregando valor aos pedidos e formou parcerias com empresas como Amor aos Pedaços, O Boticário, Cacau Show, Kopenhagen, entre outras.

“O sucesso está aí, na quantidade de variedades que temos (...). Às vezes o kit tem seis itens e um arranjinho de flor. A gente vende até azeitona, azeite, aceto balsâmico, cervejas, vinhos, prosecco (...). Eu brinco nas entrevistas que eu vendo até flor”, diz Souza.

Consumidor da classe C
Além da quantidade cada vez maior de itens masculinos entre os produtos vendidos na floricultura online, o perfil do consumidor também está mudando. Atualmente, a classe C corresponde a 50% da clientela – os outros 50% ficam com as classes A e B. “O C vem aumentando agora, de três anos para cá. O público antes era só A e B”, diz.

E para atender a todos os bolsos, há kits de R$ 29 a R$ 600. O que muda, na maioria das vezes, é a quantidade de produtos em cada um deles, explica Souza. “A gente monta um arranjo e, em vez de dez bombons, coloca seis, em vez de uma dúzia de rosas, eu coloco metade”, explica.

Floricultura
Apesar de hoje em dia os "itens adicionais" estarem presentes em 80% dos pedidos (20% são só de flor), a origem da empresa é na original floricultura de bairro.

Rosas e chocolates ainda representam a maioria dos pedidos para o Dia dos Namorados (Foto: Divulgação)Rosas e chocolates ainda representam maioria
dos pedidos para o Dia dos Namorados
(Foto: Divulgação)

Souza começou a trabalhar cedo, aos 10 anos, na floricultura que ficava embaixo do prédio onde morava – foi sua mãe que encontrou o emprego para ele.  “Eu molhava as flores, trocava os vasos, acabei pegando gosto e trabalhei lá até os 16 anos”, explica.

Depois, com o conhecimento que adquiriu, prestou serviços em floriculturas até os 19 anos, quando abriu a própria loja de flores, em um comérico de 32 metros quadrados. Na época, Souza conta que o investimento inicial foi baixo, o que ele calcula que hoje seriam uns R$ 15 mil.

O negócio foi crescendo e, em 2000, após 10 anos com a loja física, resolveu iniciar as vendas pela internet para economizar com divulgação impressa, catálogos etc. Bem no período da "bolha da internet", ele disse que encontrou uma forma de divulgar o site fazendo parcerias com bancos e seguradoras, dando desconto aos clientes dessas empresas. “Foi a forma mais em conta [de divulgação] que encontrei (... ). Isso ainda é muito forte dentro da empresa. O offline é fundamental dentro do nosso negócio”, diz.

Atualmente, as entregas são feitas em 5.000 cidades brasileiras. “A gente vende em todos os lugares onde há entrega dos Correios”. Todos os produtos, contudo, saem do galpão de São Caetano do Sul. “Para os locais mais distantes, a gente criou uma seleção de flores com boa durabilidade, uma flor que dura pouco a gente nem coloca para todo o Brasil”. A maioria dos pedidos, contudo, 65%, são para o estado de São Paulo.

Além do crescimento da empresa – há duas outras lojas virtuais (Cestas Michelli e Nova Flor), aumentou também o tamanho da loja física, aberta lá atrás, em 1990. Os 32 metros quadrados se transformaram em um espaço de 560 metros quadrados.

Apesar da grande dimensão da floricultura, ela representa cada vez menos do faturamento, “É com dor no coração que eu falo, mas representa 7% do faturamento, porque começou ali, né. A gente tem carinho, porque que tudo começou ali, você vê diminuindo, chegou a ser 30%, baixou para 20%, 17%, 10%, e agora estamos em 7% (...). É por causa do crescimento do online, não é que a loja física venda pouco”.

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