O criador Sebastião Sales tem 15 vacas em lactação na propriedade em Lima Duarte, Zona da Mata de Minas Gerais.
A produção diária é de 180 litros de leite e ele diz que recebe R$ 0,94 pelo litro. Há um mês, o valor era de R$ 0,90, que já cobria com folga o custo de produção, que hoje é de R$ 0,55 por litro.
"A gente trabalha mais satisfeito, apesar das dificuldades. Hoje, não existe mais mão de obra na roça, eu trabalho só com minha esposa porque se for botar empregado, não vai me sobrar nada”, diz Sales.
A média da cotação do leite em Minas Gerais chegou a R$ 1,00 no mês de maio, registrando o melhor preço dos últimos cinco anos. Esse valor, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) é reflexo da baixa oferta de leite no campo, o que acirrou a disputa pela matéria-prima entre as indústrias de laticínios.
A captação do leite está em torno de 25 mil litros por dia em um laticínio da região, que produz queijos, manteiga, doces, entre outros derivados. "Neste período tem a entressafra. O leite normalmente cai e com isso a gente já é obrigado a pagar um pouco mais pelo leite por causa da lei da oferta e da procura”, diz Isabel Carvalho, dona do laticínio.
O criador Guilherme Pereira tem 170 vacas em lactação, que produzem uma média de quatro mil litros de leite por dia, sendo 24 litros por vaca. Ele recebe uma média de R$ 1,00 pelo litro do leite vendido para um laticínio do município.
"O produtor de leite vive um grande momento. Os insumos baixaram bastante em relação ao ano passado e a oferta do leite hoje é pequena. A tendência do preço ao produtor é de alta”, diz Pereira.
Em maio, a média nacional para o litro do leite tipo C ficou em R$ 0,98, com alta de 3,5% na comparação com abril.