Os campeões mundiais de Fórmula 1, Fernando Alonso e Michael
Schumacher, aparecem em uma lista de pessoas que teriam enviado dinheiro a
contas da Suíça com o objetivo de sonegar impostos. A lista, desvendado por meios de comunicação
internacionais, contém mais de 130 mil nomes de clientes do banco HSBC
suspeitos de evasão fiscal e foi batizada de “Lista Falciani”, por ser baseado
em denúncias de Hervé Falciani, ex-funcionário do banco.
O documento é fruto de uma investigação internacional coordenada entre o jornal
francês “Le Monde” e o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos e os nomes tem sido divulgados pelo jornal espanhol “El Confidencial” durante esta segunda-feira.
Outros nomes do automobilismo foram citados no
escândalo, como Heikki Kovalainen (ex-F-1) e Flávio Briatore (ex-chefe da
equipe Renault). A lista contém nomes de diversos outros esportistas como Diego
Forlán (futebol),Valentino Rossi (MotoGP), Marat Safin (Tênis), além de
personalidades de outras áreas como David Bowie (cantor), Tina Turner (cantora),
Mohammed VI (Rei do Marrocos) e de Alfons Godall (ex-vice do Barcelona na
presidência de Joan Laporta). As fortunas dos clientes do HSBC foram levadas à Suíça em razão do
perfil da legislação do país, menos rígido em termos fiscais. O
total movimentado ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões (quase R$ 280
bilhões).
Os nomes divulgados inicialmente são de pessoas que enviaram dinheiro para o
banco suíço entre 2005 e 2007. Segundo as denúncias de Falciani, o HSBC dava
consultoria sobre como os clientes deviam proceder para evitar a legislação
fiscal de seus países. De acordo com a publicação, nesse período, Alonso teve um saldo
máximo de US$ 42 milhões (R$ 117 milhões) no somatório de quatro contas desde
2002 e encerradas quando o piloto se mudou para Dubai (Emirados Árabes Unidos)
em 2011.
- Fernando viveu lá e contribuiu lá. Ele nunca teve nada na
Espanha desde que se mudou para a Inglaterra com uma mão na frente e outra
atrás. A Receita Federal nunca nos pediu nada, porque a situação dele sempre
esteve em ordem. Colocam uma suspeita em um comportamento impecável como é o de
Fernando todos esses anos – defendeu a assessoria de Alonso.
O atacante Diego Forlán, do Cerezo Osaka, do Japão, aparece
na lista como cliente do banco desde 2006, com duas contas que acumulam US$ 1,4
milhões (cerca de R$ 4 milhões).
Vice-presidente do Barcelona na época do mandato de Joan
Laporta, Alfons Godall tem seu nome relacionado a uma empresa com sede nas
Ilhas Virgens Britânicas com um saldo de US$ 5,1 milhões. Pelo twitter, o
dirigente admitiu que tinha uma “conta em uma entidade que foi comprada pelo
HSBC”, mas que está “regularizada e consta nas declarações fiscais”.
Hervé Falciani colabora desde 2009 com
a justiça de diversos países fornecendo
informações que se apoderou quando foi funcionário da filial suíça do HSBC Bank. Mais de 130 mil supostos sonegadores de impostos podem ter dinheiro em bancos suíços.