07/05/2013 13h20 - Atualizado em 07/05/2013 14h54

CAE do Senado mantém 12% de ICMS para Zona Franca de Manaus

Projeto de alteração do ICMS prevê alíquotas diferentes para estados.
Comissão vota nesta terça 14 propostas de emendas ao texto da matéria.

Felipe NériDo G1, em Brasília

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado decidiu manter nesta terça-feira (7) a proposta que garante alíquota diferenciada de 12% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na Zona Franca de Manaus. O colegiado vota nesta terça 14 propostas de emenda ao texto do projeto que prevê a unificação gradual das alíquotas do ICMS nas transações interestaduais.

O texto final ainda será apreciado pelo plenário da Casa. O texto-base, aprovado no último dia 24, prevê redução das alíquotas de ICMS no estado de origem de 12% e 7% para 4% até 2021, mas estabelece alíquotas diferenciadas para setores de estados mais pobres.

De acordo com o projeto inicial, no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Espírito Santo a alíquota para produtos industrializados e agropecuários ficará em 7%. O texto também prevê 12% para a Zona Franca de Manaus e demais áreas de livre comércio do país, nos estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia.

Atualmente, há duas alíquotas de ICMS interestaduais no país. A alíquota geral é de 12%, mas nas vendas de mercadorias realizadas da região Sul do país – além de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – para os estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e mais o Espírito Santo, a alíquota cobrada é de 7%.

O artigo sobre a zona franca e áreas de livre comércio foi intensamente discutido pelos senadores devido a emenda do Senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que propunha redução para 7% da alíquota nessas áreas até 2018. A alteração foi rejeitada por 16 votos, contra nove favoráveis.

A polêmica em torno da Zona Franca gerou mais de duas horas de debate entre os senadores. Segundo parlamentares do Amazonas, a alíquota maior garante a manutenção da arrecadação e possibilita a concessão de outros incentivos fiscais para os empresários. Para Suplicy, a região tem pouca integração com o resto da economia brasileira e possui baixo volume de exportação.

“Há clara dependência da Zona Franca na concessão de incentivos fiscais. Essa concessão não tem prazo para acabar. Manter a alíquota em 12% não mudará essa dependência e poderá até reforçá-la”, disse Suplicy.

Em defesa de seu estado, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) afirmou que a exceção para a Zona Franca, que segundo ela equivale a 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, não prejudica os demais estados. “A Zona Franca de Manaus é um projeto de país, não do estado do Amazonas. Não queremos nada mais do que o que já temos. Não podemos perder o que temos”, disse Vanessa.

O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) também defendeu o estado. “Não é verdade que a Zona Franca de Manaus não tenha criado uma relação econômica positiva. A média salarial de 90% dos trabalhadores da Zona Franca é de R$ 1.752”, afirmou. A discussão foi acompanhada pelo governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), e pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB).

Outras treze alterações ainda serão discutidas pelos senadores na sessão da CAE desta terça. Elas estão divididas em cinco blocos temáticos: projeto produtivo básico; alíquota para gás natural; comércio intrabloco; condições para a vigência das novas normas e produtos de informática.

Entre os destaques, existe proposta que ampliam a alíquota dos 7% para todos os produtos comercializados no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Espírito Santo. Outra proposta diminui o prazo final para a unificação das alíquotas de 2021 para 2018.

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