23/08/2013 10h00 - Atualizado em 23/08/2013 11h08

Mais da metade das empresas do país não tem funcionários, diz IBGE

Em 2011, existiam 4,5 milhões de empresas ativas no Brasil.
Somente 49,5% delas, ou 2,2 milhões, tinham assalariados no período.

Do G1, em São Paulo

Das 4,5 milhões de empresas ativas no Brasil em 2011, 50,5% delas não tinham pessoas assalariadas trabalhando, indica estudo divulgado nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Isso significa que essas empresas ou eram compostas por sócios ou por pessoas que não recebem salários (como uma pequena empresa familiar, por exemplo, onde uma pessoa fica responsável pelo negócio na pate da manhã e outra na parte da tarde).

A parcela restante, 49,5%, correspondente a 2,2 milhões de empresas, possuía pessoal assalariado.

Ainda dessas 49,5% que tinham assalariados, 90,4% (2 milhões) eram empresas sobreviventes (que já estavam no mercado) e 9,6% (216 mil) eram empresas que entraram em atividade. Já as empresas que saíram do mercado totalizaram 4% (90,7 mil empresas).

Números apontam para uma relação direta entre o porte das empresas
e a taxa de sobrevivência

Mais assalariados
O estudo mostra que as empresas que entraram em atividade em 2011 foram responsáveis por um acréscimo de 3,5% no número de pessoal ocupado total, de 3% no pessoal ocupado assalariado e de 1,1% nos salários e outras remunerações pagas. A remuneração média foi de 1 salário mínimo.

Já as empresas que saíram do mercado representaram uma diminuição de 1,5% no pessoal ocupado total, 1,3% no pessoal ocupado assalariado e 0,9% nos salários e outras remunerações. A remuneração média era de 2,1 salários mínimos.

Porte
Em 2011, os números apontam para uma relação direta entre o porte das empresas
e a taxa de sobrevivência, pois enquanto nas empresas com 1 a 9 pessoas ocupadas
esta taxa foi de 89%, para as empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas foi de
96,1%.

Por sua vez, nos movimentos de entradas (nascimentos e reentradas) e saídas,
a relação é inversa. Nas empresas com 1 a 9 pessoas assalariadas, a taxa de entrada foi de 11% e a de saída de 4,7%; enquanto as empresas com 10 ou mais apresentaram taxas de 3,9% e 1,2%, respectivamente. De acordo com o IBGE, essa tendência é observada em
todos os anos do período analisado, entre 2008 e 2011.

Atividades
No caso das empresas com pessoal assalariado as maiores taxas de entrada em 2011, de acordo com a atividade econômica, foram observadas em Construção (18,4%); Outras atividades de serviços (12,5%); e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (12,1%).

As menores taxas de entrada foram observadas em Saúde humana e serviços sociais (7,1%); Indústrias extrativas e Atividades financeiras (7,3%); e Educação (8,0%) – que são as atividades que apresentaram maiores taxas de sobrevivência de empresas.

Por sua vez, as maiores taxas de saída foram observadas em Construção (5,8%);
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (5,0%); Água, esgoto,
atividades de gestão de resíduos e descontaminação (4,9%); Outras atividades de serviços
e Alojamento e alimentação (4,5%).

As maiores diferenças entre as taxas de entrada e saída de empresas do mercado com pessoal assalariado foram observadas nas atividades de Construção (12,6%); Outras atividades de serviços (8,0%); Atividades imobiliárias (7,9%); Artes, cultura, esporte e recreação (7,4%).

Gênero e escolaridade
Em 2011, analisando o pessoal ocupado assalariado segundo o sexo, observa-se que 63,3% do pessoal ocupado assalariado das empresas ativas e sobreviventes eram homens e 36,7% eram mulheres. Com relação ao pessoal assalariado vinculado à entrada de empresas no mercado em 2011, 62,4% eram homens, enquanto 37,6% eram mulheres. Com relação àqueles ligados às empresas que saíram do mercado, 59,5% eram homens e 40,5% mulheres.

Na composição do pessoal assalariado por nível de escolaridade, 90,0% do pessoal
assalariado das empresas ativas em 2011 não tinham nível superior, enquanto 10% do
pessoal assalariado apresentava nível superior.

Alto crescimento
Em 2011, havia 34.528 empresas de alto crescimento, que ocuparam 5 milhões
de pessoas assalariadas e pagaram R$ 95,4 bilhões em salários e outras remunerações.
O salário médio mensal foi de R$ 1.638,71.

Em relação ao conjunto das empresas ativas no país, elas representaram 0,8% das empresas, ocuparam 13,0% do pessoal ocupado total, 15,4% do pessoal ocupado assalariado e 14,4% dos salários e outras remunerações.

Considerando somente as empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas, que
é o universo a partir do qual as empresas de alto crescimento são selecionadas, elas
representaram 7,7% das empresas, 18,2% do pessoal ocupado total, 18,5% do pessoal
ocupado assalariado e 16,1% dos salários e outras remunerações. Em termos salariais,
essas empresas pagaram valores 6,1% abaixo da média (R$ 1.744,97).

Empresas de alto crescimento, segundo a OCDE, são aquelas que, por um período de três anos, têm crescimento médio do pessoal assalariado acima de 20% ao ano e, pelo menos, 10 pessoas assalariadas no ano inicial de observação.

Cenário em 2011
De acordo com o Cempre, o Brasil tinha, em 2011, 4,5 milhões de empresas ativas, que ocupavam 39,3 milhões de pessoas, sendo 32,7 milhões (83,2%) como assalariadas, e 6,6 milhões (16,8%) na condição de sócio ou proprietário.

Os salários e outras remunerações pagos no ano de 2011 pelas entidades empresariais totalizaram R$ 660,2 bilhões, com um salário médio mensal de R$ 1.578,27. A idade média dessas empresas era de 9,8 anos.

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