10/06/2013 08h30 - Atualizado em 10/06/2013 08h59

Mercado baixa previsão de alta do PIB de 2013 pela 4ª vez seguida

Estimativa dos analistas do mercado recuou de 2,77% para 2,53%.
Mercado financeiro sobe para R$ 2,10 previsão para dólar no fim de 2013.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

Os economistas do mercado financeiro baixaram, na semana passada, sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 e de 2014, além de terem aumentado sua previsão para a taxa de juros e para o dólar no fim deste ano, informou o Banco Central nesta segunda-feira (10). 

Economistas já veem alta de 0,5 ponto no juro em julho, para 8,5% ao ano

As estimativas foram divulgadas por meio do relatório de mercado, também conhecido como Boletim Focus. O documento é fruto de pesquisa da autoridade monetária com mais de 100 instituições financeiras.

Para a expansão do PIB de 2013, a estimativa dos analistas do mercado recuou de 2,77% para 2,53%. Foi a quarta queda consecutiva deste indicador. Para 2014 a previsão de crescimento da economia brasileira caiu de 3,40% para 3,20% - no que foi o segundo recuo seguido.

A revisão para baixo na expectativa de crescimento da economia brasileira feita pelo mercado financeiro aconteceu após a divulgação do PIB do primeiro trimestre deste ano que, segundo o IBGE, avançou somente 0,6% na comparação com os três últimos meses do ano passado - valor que ficou abaixo da previsão dos economistas.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu no final de maio que a estimativa de crescimento da economia de 3,5%, que consta no orçamento federal deste ano, não deve ser atingida e que será revista para baixo no futuro. Entretanto, não citou números. O presidente do BC, Alexandre Tombini, declarou que a expansão do PIB neste ano deve ficar em torno de 3%.

Inflação e juros
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para o sistema de metas de inflação, a estimativa do mercado financeiro para este ano permaneceu estável em 5,80%. Para 2014, a previsão do mercado ficou inalterada também em 5,80%.

Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Juros
O mercado financeiro também elevou, na semana passada, sua previsão para a taxa de juros no fim deste ano, que passou de 8,5% para 8,75% ao ano. Isso aconteceu após a autoridade monetária ter subido os juros básicos de 7,5% para 8% ao ano - apesar de o crescimento do PIB ter ficado abaixo do esperado.

Para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de julho deste ano, a expectativa do mercado financeiro passou a ser de uma nova alta de 0,5 ponto percentual, para 8,5% ao ano. Para o fim de 2014, a previsão dos analistas para os juros básicos passsou de 8,5% para 8,75% ao ano.

Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2013 subiu de R$ 2,05 para R$ 2,10 por dólar. Para o fechamento de 2014, a estimativa dos analistas dos bancos para o dólar avançou de R$ 2,10 para R$ 2,15.

A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2013 caiu de US$ 8,3 bilhões para US$ 7,35 bilhões na semana passada. Para 2014, a previsão de superávit comercial avançou de US$ 9,8 bilhões para US$ 10 bilhões na última semana.

Para 2013, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou inalterada em US$ 60 bilhões. Para 2014, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros continuou em US$ 60 bilhões na última semana.

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