Economia

PIB dos EUA acelera com força no 2º trimestre a uma taxa anual de 2,5%

Taxa de crescimento do trimestre foi mais que o dobro do ritmo registrado nos três meses anteriores

WASHINGTON - A economia dos Estados Unidos acelerou com força acima da esperada no segundo trimestre deste ano, com o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA crescendo a uma taxa anual de 2,5%, de acordo com estimativas revisadas divulgadas nesta quinta-feira pelo Departamento do Comércio do país. A alta demonstra que a recuperação da maior economia do mundo está ganhando força embora se mantenha ainda fraca de acordo com os padrões históricos.  O dado superou a expectativa de analistas, que apostavam em alta de 2,2%.

A revisão do resultado de 1,7%, nas estimativas iniciais, ocorreu graças ao aumento nas exportações, ratificando o cenário positivo para que o Federal Reserve (banco central do país), reduza seu programa de estímulo econômico. As vendas externas subiram no maior ritmo em mais de dois anos no período. O governo dos EUA também informou que os dados dos varejistas apontam que as empresas reabasteceram suas prateleiras em um ritmo mais veloz no período de abril a junho do que inicialmente estimado.

Essa releitura do PIB será a última antes de o Federal Reserve se reunir - nos dias 17 e 18 de setembro  - para discutir a possibilidade de começar a reduzir sua política de estímulos econômicos. Além disso, espera-se que ainda em setembro seja anunciado o novo presidente da instituição. O FED já sinalizou que poderá iniciar o desmonte de sua política se a economia continuar dando sinais de melhora.

A taxa de crescimento do trimestre foi mais que o dobro do ritmo registrado nos três meses anteriores. O relatório pode estimular a confiança de que a economia está melhorando apesar das medidas de austeridade do governo. Ao mesmo tempo, uma recuperação completa da recessão de 2007 a 2009 está provavelmente muito longe, visto que a taxa de desemprego do país permanece historicamente alta em 7,4%.

— A divulgação do PIB confirma um quadro que vai se tornando cada vez mais claro: os EUA estão se destacando no atual momento global. — afirma Daniel Cunha, analista da XP Investimentos. — Estão provando ser uma economia bem mais dinâmica no mundo desenvolvido e, hoje, bem mais segura do que as economias em desenvolvimento. O PIB que acabamos de receber ratificou esta percepção — analisa.

— No entanto, temos sempre que lembrar que estatística de PIB é chamada de “retrovisor”. Nós já estamos entrando em setembro e ainda existem desafios relevantes no quadro doméstico que a economia vai ter que passar, principalmente no que tange ao eventos decisivos na política monetária e na política fiscal agendados para o mês que se inicia — ressalta Cunha.

Emprego também em alta

O governo também comemora o resultado dos pedidos de auxílio-desemprego. O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos caiu na semana passada como esperado, aumentando ainda mais a percepção de que os ganhos de emprego seguem em ascensão. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 6 mil, para 331 mil em dados ajustados sazonalmente, segundo o Departamento do Trabalho.

No quadro externo, o ambiente econômico e, agora mais recentemente geopolítico, continua sendo de cautela e de incertezas acima do usual. Economistas consultados pela Reuters esperavam que a economia cresceria a um ritmo de 2,2%. Muitos economistas esperam que a economia irá acelerar mais no segundo semestre do ano, conforme as medidas de austeridade começarem a pesar menos sobre a produção nacional.

O peso ficou evidente no segundo trimestre, quando os gastos contraíram em todos os níveis do governo. De fato, os dados desta quinta-feira mostraram que o peso econômico dos cortes de gastos foram maiores no segundo trimestre do que inicialmente previsto.

Ainda assim, os dados podem deixar as autoridades do banco central norte-americano mais confiantes em seu plano de começar a reduzir as compras mensais de títulos ainda neste ano. O programa reduziu os custos de empréstimo e ajudou a gerar uma recuperação no mercado imobiliário do país, que entrou em colapso durante a recessão.