08/05/2013 11h23 - Atualizado em 08/05/2013 11h59

OMC recomenda oficialmente Roberto Azevêdo para novo diretor

Nomeação formal será feita na próxima semana em reunião da OMC.
Brasileiro teve apoio de membros de todas as regiões geográficas, diz.

Do G1, em São Paulo

A Organização Mundial do Comércio (OMC) anunciou oficialmente nesta quarta-feira (8) a escolha do brasileiro Roberto Azevêdo para dirigir a organização a partir de 1º de setembro por um período de quatro anos. A nomeação formal do embaixador será feita na próxima semana em uma reunião do Conselho Plenário dos 159 países-membros da OMC.

Roberto Azevêdo, em imagem feita em 14 de março de 2013 (Foto: Reuters/Luke MacGregor)Roberto Azevêdo, em imagem feita em 14 de março de 2013 (Foto: Reuters/Luke MacGregor)

Azevêdo, cuja eleição foi anunciada na terça-feira (7)  pelo Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), substituirá o francês Pascal Lamy, que está no cargo desde 2005.

A disputa final ficou entre o brasileiro, que contou com o apoio dos países emergentes e em desenvolvimento, e o mexicano Hermínio Blanco, visto como candidato dos países ricos.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, a OMC afirma que os responsáveis da delegação para a escolha do novo diretor se reuniram nesta manhã e recomendam Azevêdo para a aprovação final dos países-membros. A reunião do Conselho está marcada para o dia 14 de maio.

De acordo com a OMC, a escolha de Azevêdo leva em conta dois fatores: o candidato foi o que teve o maior apoio dos membros na rodada final, o que ocorreu também de forma consistente em cada uma das rodadas; ele contou com o apoio de membros de todos os níveis de desenvolvimento e de todas as regiões geográficas, tendo feito isso ao longo do processo de escolha.

 Escolha
Nove candidatos se apresentaram para suceder o francês Pascal Lamy. Saíram da disputa, na primeira fase da seleção, os quatro candidatos que conseguiram menor apoio por parte da consulta feita com os 159 países-membros da OMC: Alan John Kyerematen (Gana), Anabel González (Costa Rica), Amina Mohamed (Quênia) e Ahmad Thougan Hindawi (Jordânia). Na segunda fase, deixaram a disputa o neozelandês Tim Groser, o sul-coreano Taeho Bark e a indonésia Mari Pangetsu.

É a segunda vez que o Brasil tenta emplacar no comando do órgão. Em 2005, quando Pascal Lamy foi eleito, o Brasil lançou Luiz Felipe de Seixas Corrêa para o posto. Desde sua fundação, em 1995, nunca um brasileiro ocupou a presidência da OMC, responsável por conduzir as rodadas que visam à liberalização do comércio mundial.

Um dos grandes desafios do novo chefe da OMC será reativar as negociações da Rodada Doha para liberalizar o comércio mundial, em ponto morto há anos.

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PERFIL DO DIPLOMATA

Nome

Roberto Carvalho de Azevêdo

Idade

55 anos

Local de nascimento

Salvador (BA)

Formação

Engenheiro civil

Estado civil

Casado

Principais cargos

Chefe do Departamento Econômicodo MRE

Subsecretário geral de assuntos econômicos, financeiros e tecnológicos do MRE

Desde 2008, é representante permanente do Brasil junto à OMC em Genebra

Currículo do brasileiro
Azevêdo é diplomata de carreira, tem 55 anos e está no Itamaraty desde 1983.

Em nota divulgada em dezembro, na ocasião do lançamento do nome do diplomata, o Itamaraty destacou que "a candidatura brasileira representa a importância atribuída pelo país ao fortalecimento da OMC e procura contribuir para o progresso institucional da Organização e para o desenvolvimento econômico e social mundial".

O Itamaraty também chamou a atenção para a Rodada de Doha, em que o Brasil negocia para derrubar subsídios agrícolas em países desenvolvidos como forma de dar mais competitividade às mercadorias do país.

No comunicado, o ministério mencionou como objetivos da OMC a "melhoria dos padrões de vida, à garantia do pleno emprego e da renda, à expansão da produção e do comércio de bens e serviços, bem como ao uso dos recursos disponíveis em conformidade com o desenvolvimento sustentável".

A nota também lista as qualificações de Azevêdo para o cargo. Desde 2008, ele é o representante do Brasil no órgão e atua como "negociador-chave". Antes, ocupou diversos cargos relacionados a assuntos econômicos no Ministério das Relações Exteriores, tendo atuado em contenciosos como os casos de Subsídios ao Algodão (iniciado pelo Brasil contra os Estados Unidos), Subsídios à Exportação de Açúcar (iniciado pelo Brasil contra as Comunidades Europeias) e Medidas que Afetam a Importação de Pneus Reformados (litígio iniciado pelas Comunidades Europeias), além de chefiar a delegação brasileira na Rodada Doha.

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