Economia

Senado deve derrubar adiamento do ‘Obamacare’; EUA perto de paralisação

Democratas vão retirar medida sobre o plano de saúde do governo e enviar o texto de volta à Câmara

WASHINGTON - Com uma paralisação orçamentária iminente nos Estados Unidos, o Senado, controlado pelos democratas, deve derrubar nesta segunda-feira o projeto republicano aprovado na Câmara dos Deputados que vincula o financiamento do governo federal a um adiamento na implantação da lei de reforma da saúde do presidente Barack Obama. Assessores democratas no Senado disseram que vão remover o adiamento do chamado “Obamacare” e as provisões do imposto sobre aparelhos médicos do projeto de lei, e enviar um texto de financiamento “limpo” de volta à Câmara, por meio de uma votação de maioria simples a ser realizada às 15h (horário de Brasília) desta segunda.

O gesto envia uma batata quente de volta ao presidente da Câmara, o republicano John Boehner, que será forçado a escolher se aceita o projeto e mantém o financiamento das agências governamentais ou tenta outra manobra para deter a lei de saúde de Obama. Esta segunda opção garantiria no mínimo uma breve paralisação, porque o Senado provavelmente não teria tempo de reagir antes do início do ano fiscal norte-americano, que começa em 1º de outubro. A incapacidade de se chegar a um acordo para ampliar o financiamento forçaria o fechamento total ou parcial de agências e programas federais pela primeira vez em 17 anos.

Os republicanos não irão ceder, disse Boehner na manhã desta segunda-feira, e exortou o Senado a aprovar o projeto de lei. Não houve sinais de negociações no domingo, durante o qual os dois partidos tentaram culpar um ao outro, e as recriminações mútuas continuaram nesta segunda, com os republicanos acusando Obama de ignorar seus pedidos de negociação.

- Este presidente não teve nenhum envolvimento com a liderança ou com o Congresso - disse o congressista republicano Matt Salmon, do Arizona, acrescentando que Obama não fala com Boehner há mais de uma semana.

Ele ainda disse que os republicanos não desistirão de impedir a implementação do “Obamacare”, cujo objetivo é oferecer um plano de saúde a milhões de norte-americanos que não podem pagá-lo. Os republicanos afirmam que o lançamento de planos de saúde do governo na Internet na terça-feira fará com que as mensalidades aumentem e impedirá as empresas de contratarem novos funcionários.

Em outro sinal de que a paralisação pode se tornar inevitável, a Câmara aprovou por unanimidade uma medida que impede o pagamento de soldados dos EUA no caso de paralisação. Se o impasse não for resolvido até meia-noite, o governo dos EUA será paralisado.