BRASÍLIA e RIO - Após 23 dias de greve, a maioria das agências bancárias reabre nesta segunda-feira. De acordo com comando do movimento, coordenado pela Contraf-Cut, apenas algumas bases sindicais realizarão assembleias hoje e alguns bancos regionais continuam paralisados. A categoria concordou com o reajuste de 8% (equivalente a 1,82% de aumento real) oferecido pelos bancos. Em São Paulo, Osasco e região, todos os funcionários aceitaram o acordo. No Rio, as agências também reabriram na segunda-feira, com exceção das unidades da Caixa, cujos funcionários ainda não realizaram sua assembleia, que foi adiada para segunda-feira à noite. A greve dos bancários, que completou nesta sexta-feira 23 dias, foi a mais longa desde 2004.
O presidente do Sindicato do Rio, Almir Aguiar, que participou da mesa de negociação, disse que os bancos só avançaram na proposto porque a categoria estava unida e manteve a mobilização durante esses 23 dias de greve.
- A proposta dos bancos só avançou porque a categoria realizou uma heróica greve nacional e mostrou que a unidade é imprescindível do início ao fim da campanha salarial - disse ele. - Após a maior greve dos últimos 20 anos, passeatas e seguidas vitórias do Sindicato contra os interditos proibitórios dos bancos, conquistamos avanços na proposta apresentada ontem pelos patrões. Tivemos uma negociação desgastante, mas acredito que chegamos ao que foi possível. Não há dúvidas de que a greve garantiu avanços, e o importante agora é mantermos a unidade nacional e seguirmos a orientação do Comando Nacional, que defende o fim da greve e a aprovação das propostas - completa Almir.
A nova proposta dos bancos, apresentada após o 22º dia da greve, que fechou 12.140 agências em todo o país, incluiu ainda 8,5% de reajuste no piso salarial (2,29% acima da inflação), 10% sobre o teto da parcela individual da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e mais uma elevação de 2% para 2,2% do lucro líquido que será distribuído na parcela adicional da PLR.
Foram incluídas também três novas cláusulas no acordo: proibição de os bancos enviarem SMS aos bancários cobrando resultados, abono-assiduidade de um dia por ano e adesão ao programa de vale-cultura do governo, no valor de R$ 50,00 por mês.
Nas negociações entre a Fenaban e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), que durou mais de 16 horas, ficou acertado também que os dias parados serão compensados até 15 de dezembro, com uma hora extra por dia.
— Em razão desses avanços, o Comando Nacional está orientando os sindicatos a realizarem assembleias até a segunda-feira (14) e a aceitarem a nova proposta, que garante aumento real de salário pelo décimo ano consecutivo, valorização do piso e novas conquistas econômicas e sociais — avaliou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Consequências da crise
Os 23 dias em que a categoria ficou em greve causou transtornos para a economia do país. Com as agências fechadas, a demanda do consumidor por crédito, por exemplo, caiu 9,8% em setembro na comparação com agosto, de acordo com a Serasa Experian. A maior queda na demanda dos consumidores por crédito em setembro ocorreu na região Sul (recuo de 15,4% frente a agosto/13). As regiões Norte e Nordeste também registraram quedas expressivas – 14,1% e 14,5%, respectivamente — contra o mês de agosto. No Sudeste, o recuo mensal em setembro foi de 6,4% e no Centro-Oeste de 2,6%.
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) também mensurou o impacto da greve no movimento do comércio. Segundo a entidade, quando a paralisação chegasse ao quinto dia útil de outubro (que foi na última segunda-feira), o prejuízo ao varejo chegaria a até 30%. A manifestação da CNDL foi formalizada em um ofício e enviada no dia 3 de outubro à Fenaban pedindo “um acordo imediato” entre empregados e empregadores.
Confira os locais onde a greve acabou, segundo a Contraf-Cut
Realizam assembleia hoje: Brasília, Porto Alegre, Pará, Acre, Guarulhos, Blumenau, Santa Maria (RS), Pelotas (RS) e Litoral Norte (RS).
São Paulo
Rio de Janeiro - nova assembleia da Caixa na segunda
Belo Horizonte
Pernambuco
Curitiba
Bahia - continua greve na Caixa e BNB
Ceará - continua greve no BB, Caixa e BNB
Piauí
Paraíba - continua greve no BNB
Sergipe - continua greve no BNB
Bahia - continua na Caixa e BNB
Mato Grosso - continua greve na Caixa
Londrina
Campo Grande
Alagoas - continua greve no BNB
Campinas
ABC
Araraquara
Assis
Barretos
Bragança Paulista
Catanduva
Limeira
Mogi das Cruzes
Presidente Prudente
Vale do Ribeira
Taubaté
Petrópolis
Angra dos Reis
Caxias do Sul - greve continua no Banrisul
Rondônia
Amapá
Criciúma
Joaçaba
São José do Rio Preto
Sorocaba
São José dos Campos
Guaratinguetá
Araçatuba
Ribeirão Preto
São Carlos
Franca
Jaú
Tupã
Votuporanga
Presidente Wenceslau
Campos de Goytacazes
Itaperuna
Apucarna
Arapoti
Campos Mourão
Cornélio Procópio
Guarapuava
Toledo
Umuarama
Paranavaí
Jacobina
Feira de Santana - continua BB, Caixa e BNB
Ilhéus - continua BB e BNB
Itabuna
Jequié
Vitória da Conquista - continua BB, Caixa e BNB
Barreiras - continua Caixa e BNB
Juazeiro - continua Caixa e BNB
Camaçari - continua BB e BNB
Dourados
Ipatinga
Uberaba
Divinópolis
Campos dos Goytacazes
Itaperuna
Passo Fundo - greve continua no Banrisul
Ijuí - greve continua no Banrisul
Alegrete - greve continua no Banrisul
Novo Hamburgo - greve continua no Banrisul
Horizontina - greve continua no Banrisul
Guaporé - greve continua no Banrisul
São Luiz Gonzaga - greve continua no Banrisul
Vacaria - greve continua no Banrisul
São Borja - greve continua no Banrisul
Santa Rosa - greve continua no Banrisul
Carazinho - greve continua no Banrisul
Livramento - greve continua no Banrisul
Araranguá
Bagé
Bento Gonçalves
Cachoeira do Sul - continua Banrisul
Camaquã - continua na Caixa
Frederico Westphalen - continua Banrisul
Rio Grande
Santiago
São Gabriel
São Luiz Gonzaga
Concórdia - continua no BB e na Caixa
Chapecó - continua no BB e na Caixa
Criciúuma
São Miguel do Oeste - continua BB e Caixa