Economia

Petrobras vai investir R$ 21 bi em segurança

Cifra supera valor destinado à exploração do pré-sal até 2017

BRASÍLIA - A Petrobras vai investir R$ 21,2 bilhões (equivalente a US$ 9,2 bilhões) em segurança da informação entre 2013 e 2017, sendo R$ 3,9 bilhões este ano. O valor total é uma vez e meia os US$ 5,8 bilhões que a estatal investirá na exploração do pré-sal no período. A maior parte destes recursos será investida no centro de dados da empresa, que funciona no Rio. Nele estão guardados os principais dados e aplicações da companhia, “o conhecimento explícito da empresa”, disse a presidente da Petrobras, Graça Foster, que participou nesta quarta-feira de audiência no Senado. As informações críticas são armazenadas com criptografia.

Graça disse desconhecer se a Petrobras foi vítima de espionagem pela National Security Agency (NSA) americana, como noticiou o “Fantástico”, da TV Globo. Segundo a presidente da Petrobras, há um desconforto pelo fato de o nome da empresa ter aparecido nas denúncias.

— A questão de aparecer a Petrobras cria um embaraço muito grande. O eventual acesso a dados, apesar de indesejável, não implica a detenção da tecnologia. São necessários muitos e muitos acessos permanentes e sistemáticos para ter todo o conhecimento das atividades off-shore.

Para entrar no centro de dados da Petrobras, informou, as pessoas têm que se identificar por meio de biometria e é feita pesagem. Todo o tempo, os funcionários são monitorados por câmeras. Ela contou ainda que os dados da área de exploração e produção de petróleo são enviados para a Agência Nacional do Petróleo (ANP) em DVDs e CDs.

Os circuitos integrados da Petrobras são alugados da Oi e de outras concessionárias públicas de telecomunicações americanas, italianas, espanholas, francesas e mexicanas. E três empresas americanas, entre elas a Cisco, fornecem soluções de criptografia. Graça explicou que os fornecedores estrangeiros não conhecem o que a Petrobras faz, porque toda a governança e gerência do centro de dados é da própria companhia.

O reajuste de combustíveis no curto prazo foi descartado pela presidente da Petrobras.

— Trabalhamos sistematicamente na busca da economicidade da companhia, que nos faça poder ser cada vez mais ativos no negócio. Agora repito o que disse ontem na Bolsa: não há, no curto prazo, previsão de aumento no preço.

Sobre a possibilidade de adiamento do leilão do campo de Libra, ela não falou diretamente, mas sugeriu que é contra.

— É desejo do governo que haja o leilão, a Petrobras não tem nenhum poder. Libra não é uma descoberta comum, não é qualquer coisa — disse.