Economia

Funcionários de fábricas de iPhone estouram limite de 60 horas de trabalho por semana

Organização revela que empregados de fábricas no país fizeram até 90 horas extras por mês

Trabalhadores constroem nova fábrica da Foxconn, fornecedora da Apple, em Zhengzhou, China
Foto: TYRONE SIU / REUTERS
Trabalhadores constroem nova fábrica da Foxconn, fornecedora da Apple, em Zhengzhou, China Foto: TYRONE SIU / REUTERS

NOVA YORK - Gigante da tecnologia, a Apple vendeu mais iPhones no ano passado do que qualquer um poderia ter imaginado. Mas a empresa descobriu que em 2014 um percentual menor de suas fábricas de montagem cumpriu a política que limita o trabalho de funcionários a 60 horas por semana. No ano passado, 92% do 1,1 milhão de funcionários trabalharam dentro do limite, uma diminuição de três pontos percentuais em relação ao ano anterior, 95%.

No ano passado, a Apple vendeu um número recorde de iPhones — apenas no último trimestre foram 74,5 milhões de smartphones —, por isso não é de se estranhar que as fábricas tenham pressionado trabalhadores a jornadas mais longas. Há seis anos, porém, o cenário era mais grave: apenas 41% das fábricas auditadas cumpriam o limite de 60 horas por semana.

A Apple não quis comentar a diminuição no cumprimento de sua carga horária máxima semanal. Jeff Williams, chefe de operações da empresa, argumentou em uma carta publicada on-line, que toda violação descoberta pela empresa pode levar a melhorias.

"As pessoas às vezes apontam para a descoberta de problemas como prova de que o nosso processo não está funcionando. Nada poderia estar mais longe da verdade", escreveu Williams.

No mesmo dia em que a firma publicou os resultados da auditoria, o China Labor Watch, um grupo de direitos trabalhistas com sede em Nova York, publicou um relatório sobre as condições em algumas fábricas que fazem produtos da Apple.

A organização observou que recibos de pagamento a trabalhadores da Pegatron, uma fornecedora de iPhones e iPads, revelaram uma jornada de 90 horas extras por mês realizada por 52% dos empregados. Entretanto, a amostra foi pequena: a auditoria inspecionou 96 recibos de pagamento dos trabalhadores Pegatron no mês passado.

A Apple disse que tem feito progressos significativos, eliminando o uso de “minerais de conflito”, um termo usado para descrever os minerais que vêm de áreas envolvidas na guerra. A empresa disse também que seu relatório verificou 135 fundições “livres de conflitos” - máquinas usadas extrair metais das rochas - em comparação com 57 fundições em 2013.