22/08/2013 13h59 - Atualizado em 22/08/2013 14h02

Dólar volta a recuar, após atingir maior cotação em quase cinco anos

Moeda norte-americana fechou o dia com alta de 2,39%, a R$ 2,4512.
Nesta quinta-feira, BC fez novas intervenções no mercado de câmbio.

Da Reuters

O dólar comercial opera com instabilidade nesta quinta-feira (22), depois de atingir na véspera a maior cotação de fechamento em quase cinco anos, com um mercado descrito como tenso por operadores e de olho nas intervenções do Banco Central.

Perto das 13h50 (horário de Brasília), a moeda norte-americana recuava 0,82%, cotada a R$ 2,4311 para a venda.   Veja a cotação

"O mercado está bastante instável (...) É um dia meio nervoso, parece que estamos num jogo de gato e rato", afirmou osuperintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira.

Nesta quinta-feira, o BC realizou leilão de linha, vendendo o segundo lote do leilão com taxa de recompra de R$ 2,568759 em 1º de abril de 2014. Já a primeira etapa, cuja data de recompra era em 1º de novembro deste ano, não teve venda, informou a assessoria de imprensa da autoridade monetária.

A assessoria não informou o montante dos lotes do leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, nem quanto foi vendido na segunda etapa da venda.

Antes, o BC havia realizado leilão de swap cambial tradicional – equivalente à venda futura de dólares –, e estendeu todos os 20 mil contratos com vencimento previsto para 2 de setembro deste ano para 1º de abril de 2014.

"Hoje é o típico dia que não dá para lutar contra o BC. Mas o pessoal está nervoso e atento para saber se ele não vai fazer mais alguma coisa além do anunciado", afirmou um operador decâmbio de banco estrangeiro.

O dólar está passando por um dia de desvalorização em relação a diversas moedas estrangeiras e latino-americanas, como o peso mexicano e o dólar australiano, mas no Brasil a queda está mais contida.

O real tem sofrido mais o impacto dos sinais de mudança da política monetária dos Estados Unidos, desvalorizando-se mais que moedas com perfil similar, com a pressão vinda do mercado futuro, como mostrou o resultado do fluxo cambial da semana passada. O investidores estão desconfiados com a política econômica do país.

O Bank of America Merrill Lynch revisou a previsão de alta da moeda norte-americana em relação ao real, acreditando que o dólar deve se equilibrar agora em R$ 2,40 no quarto trimestre deste ano, acima da previsão anterior de R$ 2,20.

"Acreditamos que o real está levemente subvalorizado após a recente forte depreciação. Mas o preço no curto prazo será determinado pelas taxas de juros globais, pela intervenção do Banco Central e a demanda por hedge de empresas", informou o banco.

Último fechamento
Na quarta-feira, a moeda norte-americana encerrou o dia com alta de 2,39%, cotada a R$ 2,4512 na venda – maior cotação desde 9 de dezembro de 2008, quando encerrou o pregão a R$ 2,473, no auge da crise internacional.

A forte alta ocorreu após investidores virem, na ata do Federal Reserve (Banco Central dos EUA) divulgada durante a tarde, sinais de que o banco central norte-americano está prestes a reduzir seu programa de estímulo monetário. No mês de agosto, até o último fechamento, o dólar já acumula alta de 7,4% e, no ano, de 19,88%.

O movimento de valorização aconteceu mesmo com a forte atuação do BC brasileiro, que fez dois leilões de swap cambial tradicional, anunciou mais um para esta quinta e, após o fechamento dos negócios, divulgou que também faria um leilão de linha.

Federal Reserve
O Fed informou na quarta-feira que avalia uma nova ferramenta para ajudá-lo a drenar recursos do sistema bancário e manter as taxas de juros de curto prazo no nível almejado quando decidir alterar sua atual política expansionista. 

A ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), no entanto, deu poucos sinais sobre o momento da redução do programa de compra de títulos. Apenas alguns integrantes do banco central norte-americano acreditam que o momento de reduzir o estímulo monetário no país está próximo. Mesmo assim a ata fez pouco para  dissuadir a expectativa disseminada de que isso deve ocorrer já em setembro.

Investidores mantêm os olhos abertos para quaisquer sinais sobre a eventual redução do ritmo de compra de títulos do Fed, uma vez que, quando ocorrer, reduzirá a oferta de dólares nos mercados globais, catapultando as cotações da divisa dos EUA.

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