RIO - O governo espera, no leilão dos aeroportos do Galeão, no Rio, e de Confins, em Belo Horizonte, ágio superior ao registrado na licitação dos aeroportos de Guarulhos (São Paulo), Brasília e Viracopos (Campinas), no ano passado, quando o ágio médio alcançou 350%.
O leilão está marcado para o dia 22 novembro e, de acordo com o edital, o lance mínimo para o Galeão será de R$ 4,8 bilhões e de R$ 1,1 bilhão para Confins, um total de R$ 5,9 bilhões. Vencerá a disputa quem oferecer a maior outorga. O prazo da concessão será de 25 anos no caso do Galeão e de 30, de Confins.
- É claro, é a expectativa (superar os 350%) - afirmou nesta sexta-feira o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco.
Segundo Moreira Franco, o governo avalia reduzir a fatia da Infraero nos consórcios que disputarão os próximos leilões. Ele afirma que já há um debate nesse sentido no governo, mas não há qualquer decisão tomada. A fatia da Infraero hoje é de 49% nos consórcios.
- Houve reiteradas sugestões feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para diminuir a participação da Infraero. Isso tem levantado um debate no governo. Há gente que acha que a fatia pode ser reduzida. Mas eu sempre digo que a melhor política é a do jegue, passos curtos e firmes, que evite atoleiros - disse Moreira Franco.
Moreira Franco admitiu que as mudanças de última hora às vésperas do anúncio do edital do leilão, que reduziram a linha de corte de experiência mínima de passageiros de 35 milhões para 22 milhões no caso do Galeão, não devem atrair muito mais empresas para o leilão, conforme antecipou o GLOBO. Mas afirmou que não haverá mudanças após a publicação do edital, nesta sexta-feira.
- Devem ser de cinco a seis (grupos) podendo chegar a oito - disse ele, em sem mencionar nomes.
As primeiras melhorias nos aeroportos de Galeão e Confins deverão ser percebidas pelo usuário no primeiro semestre de 2014, segundo Marcelo Guaranys, presidente da Anac. Serão investimentos em banheiros, iluminação e wi-fi gratuito, entre outros, que serão feitos logo após a assinatura do contrato, prevista para 17 de março.
- No aeroporto de Guarulhos (leiloado em 2012), por exemplo, foram feitos novos banheiros em duas semanas (após os contratos assinados) - disse o presidente da Anac.
A partir da assinatura, correrão sete meses até que o concessionário assuma de fato os aeroportos. Ao longo desse período, a gestão será compartilhada com a Infraero. Durante a Copa, portanto, a Infraero ainda estará participando da administração do aeroporto, para evitar transtornos.
- Nós não estamos preocupados com a Copa. Não posso oferecer um cronograma de obras agora. Nosso objetivo é melhorar os serviços oferecido aos passageiros. Mudar para quem utiliza o serviço, independente da época. A Copa não é um divisor. O problema não está no período dos grandes eventos. Os investimentos têm como melhorar o dia a dia do sistema, que é ruim. Precisamos de um sistema coletivo, não seletivo - disse Moreira Franco.