Economia

Economistas reduzem projeção para inflação e balança em 2013 e 2014

Expectativa é de que o IPCA termine este ano em 5,84%; no próximo, índice deve ficar em 5,91%

BRASÍLIA - Depois de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitir que o Brasil não deve conseguir cumprir a meta de poupança para pagar juros, os analistas do mercado financeiro pioraram suas previsões para as contas públicas do país. A projeção para a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem subiu de 34,4% para 34,55%. A estimativa poderia ter aumentado ainda mais se não fosse a perspectiva de um dólar mais caro em 2014. Como o Brasil é credor em moeda americana, o endividamento cai com a alta da divisa.

De acordo com a pesquisa semanal que o Banco Central (BC) faz com economistas das principais instituições do país, divulgada nesta segunda-feira, a aposta para a média da cotação do dólar no ano que vem subiu de R$ 2,33 para R$ 2,35. Foi a segunda alta seguida da expectativa. Os analistas do mercado financeiro ainda diminuíram levemente a previsão de inflação para este ano e para o ano que vem. As projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013 caíram de 5,85% para 5,84%: o mesmo patamar registrado no ano passado. Para 2014, a estimativa passou de 5,93% para 5,91%.

Além de diminuir a expectativa para o IPCA, usado oficialmente pelo governo no sistema de metas para a inflação, os especialistas ainda reduziram as apostas para os demais índices de inflação para este ano. A perspectiva para o IGP-DI, IGP-M e até para o IPC-Fipe também foram ajustadas para baixo.

Por outro lado, os entrevistados pela autoridade monetária aumentaram algumas perspectivas de alta de preços no ano que vem. Revisaram principalmente a previsão que mais preocupa o governo nos bastidores: os preços administrados, ou seja, as tarifas de serviços públicos. A projeção subiu de 3,7% para 3,8% em 2014. A estimativa oficial do Banco Central ainda é 4,5% e pode ser revista no relatório trimestral de inflação que será divulgado no final de dezembro.

Segundo o levantamento do BC, as estimativas para o crescimento deste ano ficaram estáveis em 2,5%. Para o ano que vem, foi ajustada levemente para baixo de 2,11% para 2,1%. Essa foi o segundo rebaixamento consecutivo.

Já para o resultado da balança comercial em 2013, o pessimismo se instalou de vez: pela quarta semana, os entrevistados reduziram as apostas para o saldo do comércio exterior. A perspectiva caiu de US$ 1,55 bilhão para US$ 1,2 bilhão. E a previsão para o ano que vem despencou. Passou de US$ 10 bilhões para US$ 8 bilhões.