Economia

Brasileiro pagou R$ 84,2 bilhões de impostos em setembro, recorde para o mês

Nos três primeiros trimestres, o governo federal arrecadou R$ 806,4 bilhões em tributos

BRASÍLIA - Apesar de o Brasil nunca ter recolhido tanto tributo em um mês de setembro (R$ 84,2 bilhões) os dados da Receita Federal frustraram o governo. Por causa do fraco desempenho da indústria e do comércio, o Fisco brasileiro revisou para baixo - pela segunda vez - a projeção de crescimento da arrecadação de recursos administrados pela secretaria neste ano. Era de 3% e os técnicos falam, agora, que deve ficar entre 2,5% a 3% ao sabor do desempenho na economia brasileira no Natal. Desde janeiro a setembro, essa taxa de crescimento é de 1,19%.

- Não descartamos a previsão oficial, mas começamos a trabalhar com uma faixa de crescimento, algo entre 2,5% e 3% - avisou Luiz Fernando Teixeira Nunes, secretário-adjunto da Receita Federal, que classificou o mês de setembro como um “forte cenário decréscimo”. - Temos de observar outubro.

No mês passado, a arrecadação total de impostos em contribuições teve uma alta de 1,71%, já descontada a inflação. Somente em setembro, as desonerações feitas pela equipe econômica para estimular a economia representaram uma renúncia de R$ 7,1 bilhões. São R$ 2,3 bilhões a mais do que no mesmo mês do ano passado. Nos nove primeiros meses do ano, a União já abriu mão de R$ 58,1 bilhões: R$ 23,6 bilhões a mais que no mesmo período de 2012.

Nos três primeiros trimestres, o governo federal arrecadou R$ 806,4 bilhões em tributos. Isso representa um crescimento real de 0,89%. O principal motivo do aumento da arrecadação, foi o pagamento de Imposto de Renda e da Contribuição Social do Lucro Líquido (CSLL) das empresas.

Questionado se esse volume de renúncia fiscal deveria ter se refletido num crescimento maior da economia brasileira, Nunes afirmou que não cabia à Receita Federal fazer essa avaliação. Disse, entretanto, que as medidas de corte de impostos não mirava apenas a expansão da atividade economia, mas outros motivos.

- Em cenários que se buscavam a manutenção de emprego, não apenas a questão afeta ao crescimento ou arrecadação, mas uma questão social de política de governo.