Economia

Honda CB 500 está de volta. Triplamente!

E já andamos na naked ‘F’, que está nas lojas por R$ 22 mil. Logo virão a ‘R’ e a ‘X’
De fácil controle, a CB 500F mostra que tem o DNA da geração lançada aqui em 1998
Foto: Terceiro / Caio Matos / Divulgação
De fácil controle, a CB 500F mostra que tem o DNA da geração lançada aqui em 1998 Foto: Terceiro / Caio Matos / Divulgação

Os CBzeiros do Brasil já podem comemorar. A Honda lançou este mês, no Salão Duas Rodas, a aguardada linha CB 500. Para a marca, é o próximo passo de quem tem uma CB 300R ou similar. Para quem já teve qualquer CB, é bem mais que isso.

É a nova geração de uma das mais famosas famílias de motos da história, cuja sigla significa Citizens Band — “faixa do cidadão”, em inglês. Por suas fileiras já passaram desde as pequeninas CB 50 e CB 125 até a CB 400, lançada em 1980 e que foi a primeira motocicleta nacional grande.

Isso, claro, sem falar nas CB “Four” (360, 400, 750...), na sete-galo dos anos 90 e na CB 500, que foi feita em Manaus entre 1998 e 2005. Agora, porém, é uma nova história.

Serão três versões. A primeira a chegar é a CB 500F, a naked urbana da família. Em dezembro vem a esportiva CB 500R e no ano que vem, até abril, a on/off (mais on) CB 500X.

A Honda tem grandes ambições com as novas CB 500. Espera vender 20 mil unidades no primeiro ano, chegando a 30 mil anuais até 2016. A CB 500F custará R$ 22 mil. Os preços das outras duas não foram revelados, mas devem ficar pouca coisa acima deste valor.

Por baixo são todas iguais

As três versões usam o mesmo conjunto de quadro em aço e motor bicilíndrico refrigerado a água e injetado, que rende 50cv (a 8.500rpm) e torque de 4,5kgfm (a 7.000rpm). E também o mesmo câmbio de seis marchas e o monoamortecimento traseiro com nove ajustes na pré-carga da mola.

Mas, por enquanto, fiquemos apenas com a versão naked “F”. Fomos ao Centro Educacional de Trânsito Honda (CETH), em Indaiatuba, para conhecê-la de perto e contar como é.

A primeira impressão é ótima. A nova CB 500F é inquestionavelmente bonita e tem aspecto moderno, embora não traga soluções inovadoras de estilo. Ou seja, exibe aquela frente robótica com farol triangular envolto por moldura, aletas nas laterais do tanque alto e traseira arrebitadinha com lanterna triangular.

As rodas são de liga leve com raios estilo palito (usando pneus sem câmara) e o escape cromado em posição tradicional e sem invencionices sobressai para o bem. Ou seja, não é nada que já não tenhamos visto, mas o conjunto funciona: é harmonioso, simpático e atraente.

Hora de andar na motoca. E a primeira impressão é amigável. A posição de pilotagem agrada: as mãos chegam facilmente ao guidom e as pernas ficam pouco dobradas. O banco é anatômico e a espuma tem densidade confortável. Comandos e botões são tradicionais, e não causam estranhezas. Há até pisca-alerta, algo incomum nos dias de hoje (embora existisse na antiga CB 400).

Inovação sem emoção

As primeiras voltas são no CETH. Faço uns zigue-zagues nos cones e a CB 500F se mostra ágil e dócil. Mas é preciso estar na marcha adequada — no caso, a segunda — para evitar solavancos de motor pedindo para “encher”. Feito isso, a nova Honda ronrona quase como a gostosa CB 400 dos anos 80.

O painel é bem completinho, moderno até, mas não chega a ser inovador. Tem um display digital para todas as funções, na qual sobressaem o velocímetro ao centro e um conta-giros por barrinhas, no alto, de difícil leitura. O conjunto é simétrico e as luzes-espia são fáceis de achar e ler.

Passo para um trecho de estrada. A 110km/h, a moto permanece sob controle absoluto e com sobra de força. A aerodinâmica surpreende: mesmo sem defletor ou para-brisa, o vento pouco incomoda. Nas curvas, lembra a CB 500 de 1998 — que, apesar da suspensão traseira bichoque, rebolava pouco.

No geral, esta CB impressiona mais pelo equilíbrio e correção do que pelo desempenho. Mas não é difícil prever que será um sucesso: é confortável, versátil e tem preço competitivo. Venderá bem por isso e também por ser uma Honda. No mundo de hoje, confiabilidade vem antes de emoção.